domingo, 30 de março de 2008

VATICANO REAFIRMA POSIÇÃO CONTRÁRIA Á PENA DE MORTE

Diante da notícia da anulação da pena capital de Mumia Abu-Jamal (ex-jornalista, negro e militante anti-racista, acusado de ter assassinado um policial que batia no seu irmão no início dos anos 80), o Cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, afirmou ao jornal "L'Osservatore Romano": "Não se faz justiça punindo com outro crime. Por isso, toda sentença de morte não executada é uma vitória do homem e da vida".O Cardeal Martino recorda ainda que, em várias circunstâncias, o Papa manifestou-se publicamente contra esta maneira de fazer justiça. "A pena de morte não entra no conceito de justiça", recordou.A Santa Sé dá primazia à defesa da vida, desde a concepção até a morte natural, e promove iniciativas para que esta forma de fazer justiça seja abolida.Para o Cardeal Martino, "até o criminoso autor de um delito tem o direito de viver. Antes de tudo para poder 'limpar' a própria existência do crime que cometeu e porque existe o aspecto da proporcionalidade da pena, que deve permitir a possibilidade de reabilitação. Ou seja, as sentenças que a sociedade é chamada a emitir devem ser correctivas e não destrutivas", indicou.A pena de morte existe em 36 dos 50 Estados confederados dos EUA e 3.350 pessoas encontram-se nos "corredores da morte". Em quase todo o país há iniciativas para se conseguir a abolição.O Cardeal Martino recordou a iminente visita de Bento XVI à ONU, marcada para 18 de abril. Esta poderá ser uma ocasião para chamar novamente a atenção da comunidade internacional sobre temas relativos à dignidade do homem. "Certamente, nesta ocasião, o Papa vai evocar os problemas que sempre estiveram em debate nas Nações Unidas, principalmente os relativos à paz e ao desenvolvimento. Assim sendo, a sua visita será, para todos, um encorajamento a prosseguir o caminho da paz".O Cardeal Martino lembra que a resolução da ONU contra a pena de morte "foi um passo enorme", mas indicou também que há muitos países que não a aplicam. "São necessárias iniciativas como esta e muitas outras" para "libertar completamente o mundo desta forma atroz de fazer justiça", disse.
Agência Ecclesia

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