domingo, 28 de junho de 2009

REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO

João 21, 15-19

A Liturgia da Igreja celebra hoje entre júbilo e gratidão a Deus a festa dos apóstolos: Pedro e Paulo. Essa festa é antiquíssima: foi inserida no Santoral romano muito antes da festa do Natal. No século IV já se celebravam três missas: uma em São Pedro, no Vaticano, outra em São Paulo fora dos muros, e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde provavelmente foram escondidos por um certo tempo os corpos dos dois apóstolos.
Pedro e Paulo: dois nomes que ao longo dos séculos personificaram a Igreja inteira na sua ininterrupta tradição. A festa litúrgica de hoje convida-nos a reviver a fé destes dois apóstolos, colunas da Igreja, que fizeram de Cristo a paixão de sua vida. Pedro confessou-o com a palavra e o sangue: “Filho de Deus Vivo” (cf. Mt. 16, 1-6 ). Paulo tendo-se convertido e tornado apóstolo dos gentios, foi conquistado por Ele a ponto de exclamar “para mim, o viver é Cristo” ( cf. Fil. 1,21 ). A memória deles estimula-nos ao empenho de uma fidelidade sempre maior e de uma unidade cada vez mais profunda.
Humanamente falando, também eles, como todos os mortais, eram criaturas débeis. Debilidade que em Pedro se manifestou várias vezes e de modo especial no momento da prova, quando renegou o seu próprio Mestre ( cf. Jo. 18, 15-27 ). A debilidade de Paulo ressalta no ódio, que resulta quase na crueldade com a qual perseguia os seguidores de Cristo. O Senhor, contudo agiu neles como se não tivesse em conta esta fragilidade humana, como se passasse por cima delas, procedendo segundo o próprio e misterioso plano de salvação. A Pedro revelou que ele era a “pedra” sobre a qual haveria de edificar a sua Igreja ( cf. Mt. 16, 18 ). A respeito de Paulo, disse que era “instrumento de eleição” para anunciar o Evangelho no meio de todos os povos ( cf. At. 9,15 ). Ambos eram conscientes de cumprir a missão que lhes foi confiada, mediante o poder do próprio Senhor”. Com Pedro e Paulo que tiveram vidas cristocêntricas, ou seja, Cristo era tudo para eles, possamos viver com todo ardor missionário o projeto Ser Igreja no Novo Milênio através do testemunho, do amor e de martírio desses dois apóstolos.
Celebramos também hoje, com toda a Igreja, o dia do Papa. Muito ligado a Pedro, recebendo o seu primado, temos o serviço fraterno do papa, cuja função teológica essencial é ser o sacramento da unidade, isto é, um visível sinal e instrumento da unidade da Igreja, mostrando-a, promovendo-a. Nós que somos a Igreja Católica não nos esfacelamos em seitas pelo mundo afora e em divergências essenciais, porque Jesus exerce a graça da unidade, através da graça deste serviço para a catolicidade da Igreja que o Papa exerce no meio de seus irmãos. A Igreja é “Católica”, porque se apresenta como una e a mesma presente, com todos os meios salvíficos de Jesus, em todo o mundo. Celebramos, pois, com gratidão, o dom de sermos Igreja pelo serviço de que nos preside em Cristo, o Papa Bento XVI. Hoje e sempre lhe damos o abraço de paz e as orações pelo seu ministério Petrino em conduzir com todo ardor a unidade da Igreja e a reconciliação entre os povos. As leituras para nossa reflexão neste Domingo: Atos 12,1-11; 2ª Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19.

Pe. Raimundo Neto
Pároco de São Vicente de Paulo

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