terça-feira, 29 de maio de 2012

CONTINUAM AS INVESTIGAÇÕES

O ajudante de quarto do Pontífice está disposto a colaborar

Por Antonio Gaspari

Roma (ZENIT.org) - Sobre os acontecimentos relacionados à prisão de Paolo Gabriele, o ajudante de quarto do Papa que teria roubado e copiado documentos reservados, Padre Federico Lombardi explicou que até o momento não existem outros suspeitos. O acusado disse que vai colaborar e a Santa Sé "não tem intenção de se deixar condicionar pela pressão da mídia". Durante uma entrevista que foi realizada na sala de imprensa do Vaticano nesta tarde, padre Lombardi explicou que o ajudante de quarto do Pontífice, Paolo Gabriele, foi preso “porque foi encontrado em posse de documentos confidenciais." Sobre novas possíveis prisões, o Padre Lombardi: "desmentiu, na forma mais radical," que exista um cardeal "italiano ou não italiano" que seja "particularmente suspeito" pelos responsáveis do inquérito que investigam o vazamento de documentos confidenciais. No que diz respeito às hipóteses que circularam na manhã de ontem, em Roma, o Diretor da Sala de Imprensa Vaticana acrescentou “desminto de que haja alguma mulher investigada”. Isso, porém, não significa que as investigações não continuarão. De fato, a comissão de cardeais, criada ad hoc pelo Papa, presidida pelo Cardeal Julian Herranz e composta pelos cardeais Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi, está ouvindo “várias pessoas, incluindo cardeais responsáveis ​​por vários Departamentos da Cúria". Com relação aos artigos da mídia que indicavam o vazamento de documentos confidenciais como parte de uma luta de poder que estaria acontecendo dentro da Curia Vaticana, padre Lombardi afirmou: “Não tenho nenhuma razão para explicar as coisas dessa forma, na verdade, é exagerado e sem fundamento o modo de interpretar esses fatos”. A este respeito, o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano concluiu que "não há conexão alguma" entre a prisão do mordomo do Papa e a demissão do Presidente do Instituto Obras Religiosas (IOR), Ettore Gotti Tedeschi. São "eventos claramente distintos", frisou. No que diz respeito às intenções de Paolo Gabriele, Padre Lombard leu a declaração escrita pelo advogado de confiança do acusado, Carlo Fusco, segundo o qual o ajudante de quarto do Pontífice “declarou ao juiz que oferecerá a mais ampla colaboração”. O advogado Carlo Fusco também afirmou que "a senhora Manuela Gabriele, ao contrário de como relatado por alguns meios de comunicação, nunca se afastou do lar conjugal, nunca deu qualquer entrevista, nem tenciona fazê-lo neste momento, confiada, como também eu, no trabalho do Judiciário." Existem ainda muitas perguntas sem respostas. No Vaticano, todas as pessoas que conheciam Paolo Gabriele estão revoltadas. Uma pessoa simples, que começou a trabalhar no Vaticando na parte da limpeza na Secretaria de Estado do Vaticano. Gabriele se juntou à "família" do Papa em 2006, depois de ter estado à serviço do prefeito da Casa Pontifícia, Mons. James Harvey. É inconcebível a ideia que "Paoletto" (Paulinho), como seus amigos o chamam, depois de muitos anos de lealdade absoluta tivesse podido realizar tal ação. As perguntas mais persistentes são sobre o porquê e para quem ele agiu? Enquanto isso, o Papa Bento XVI, que no início declarou-se impressionado, triste e surpreso, expressou sua firme determinação de ir em frente com coragem. Na frente de 50.000 da Renovação Carismática que enchiam a Praça de São Pedro no Sábado, 26 de maio, o pontífice lembrou “"desceu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha "(Mt 7, 24-25). E anteontem, domingo 27 de maio, disse: "Onde há divisão e divisão, Pentecostes traz unidade e entendimento." [Tradução Thácio Siqueira]

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