31/01/2014 – 6ª. feira –III Semana comum - 2 Samuel 11, 1-10.13-17 – “quando a sedução é maior que a razão...”
O que terá levado o rei David a cometer um pecado tão detestável? Esta é a nossa reflexão! Ele que fora ungido para ser o Rei de Israel, a quem o Senhor prometera uma dinastia e um reino estáveis, assim como também uma vida tranquila e uma descendência que nunca seria abandonada! Aquele que nos é apresentado como um rei exemplar e que provou ser cheio de fé em Deus quando enfrentou e derrotou o gigante Golias tendo como arma apenas uma funda e cinco pedrinhas! Que soube respeitar os seus inimigos quando teve a vida de Saul em suas mãos e, podendo acabar com ele, não o fez. Poupou-lhe a vida porque Saul ainda era o rei de Israel, uma coisa rara em tempo de guerra e difícil de imaginar pudesse acontecer! Deste modo, o rei David aparece como alguém irrepreensível! Até que um dia... Davi põe abaixo toda a sua reputação quando, deixando de cumprir com a sua missão de rei não partiu para a guerra e enviou apenas os seus oficiais para enfrentarem o inimigo, ficou em Jerusalém para descansar. A história nos conta como ele passeando no jardim viu a bela mulher de Urias e se “encantou” por ela. Daí foi só dá asas aos seus desejos e maquinações, para cair estupidamente nas armadilhas do inimigo. O mesmo David que não atentou contra a vida de Saul é o mesmo que manda matar de forma expressa e covarde o seu subalterno Urias para se apossar da sua mulher. Manda matar para esconder o que fez. Intervém na vida daquela família, separando os que estavam unidos pelo matrimônio. Desrespeita-se a si próprio. Davi chega ao auge da prepotência e da presunção quando abusa da sua autoridade, para ver realizado o seu intento. Apesar de “crucificarmos o rei Davi”, quando refletimos também sobre as nossas ações podemos perceber que tudo isto pode acontecer conosco e que somos também suscetíveis a cometer os mesmos erros. Nós, hoje, podemos ser como Davi, um guerreiro bem-sucedido, uma pessoa digna de confiança, até que um dia nos descuidamos das nossas atribuições, ou deixamos de nos dedicar ao papel que Deus nos deu relaxamos nos nossos deveres, colocamos outras pessoas no nosso lugar e transferimos os nossos encargos pra ficarmos mais “descansados”. É nestes momentos que damos abertura aos nossos inimigos, isto é, as concupiscências que moram em nós, os sentimentos puramente carnais e os desejos próprios da nossa humanidade decaída. O pecado é isto: sabemos que uma coisa é má, mas fazemo-la assim mesmo! A nossa infidelidade a Deus a nossa omissão e a ociosidade nos fazem procurar os lugares errados e lá nos deparar com o fruto proibido, alimentar pensamentos impuros, nos envolver em coisas erradas, mentir, e até maquinar a morte de alguém. Por isso, terminamos por fazer o que nem queríamos: ir contra a lei de Deus. E tudo isto porque no início a sedução foi maior que a razão e não tivemos como voltar atrás. Nunca podemos entender que estamos “blindados” para as seduções do mundo, mesmo que tenhamos um comportamento irrepreensível nem tampouco nos podemos “admirar” do pecado de alguém ou apontar o dedo para quem errou. A história de Davi nos edifica e nos leva a ficar mais conscientes da nossa miséria humana para confiar plenamente na misericórdia de Deus. – Você também se revolta com esta história de pecado? – Você acha que não seria capaz de fazer o que fez David? – Você se acha uma pessoa muito equilibrada e firme? – Em quem você confia para não cometer os mesmos erros? - Você costuma apontar o dedo para os erros dos políticos? – E os seus? Salmo 50 – “Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!” O nosso ser pecador tem necessidade de implorar por misericórdia a todo instante. Mesmo que não tenhamos cometido conscientemente nenhuma má ação a nossa alma se ressente por que o nosso pecado está sempre à nossa frente. Por isso, é nosso dever reconhecer a nossa iniqüidade e. assim como fez o salmista orar ao Senhor: “Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!” A misericórdia de Deus atinge a nossa miséria e só quando nós nos reconhecemos miseráveis nós podemos abraçar o amor misericordioso do Pai. Evangelho – Marcos 4, 26-34 “ o reino de Deus é vida nova” O processo de germinação e fecundação do reino de Deus no nosso coração acontece, de mansinho e em surdina. A vida nova que Cristo veio nos dar e que depois iremos oferecer ao mundo é, primeiramente, uma semente lançada no nosso coração por meio da mensagem que Jesus Cristo veio nos trazer. Quando acolhemos a Palavra de Deus com a consciência de que é Ele próprio quem nos fala e nos oferece salvação e conversão, começa a acontecer em nós também a vida nova prometida por Ele. É o próprio Deus quem no nosso coração vai fazendo brotar a Sua mentalidade sem que nem mesmo percebamos. A cada dia, mais e mais vamos ficando plenos do Espírito Santo, que age e se manifesta em nós fazendo com que cultivemos nossos valores. Ao mesmo tempo também vão mudando, as nossas concepções, nossos pensamentos e as nossas ações vão se afeiçoando aos ensinamentos de Jesus. Isto significa que o reino de Deus cresce dentro de nós de tal maneira, que um dia ficamos tão cheios de alegria, paz e felicidade, que não dá mais para conter. Aí então, é imperioso que o levemos ao mundo às outras pessoas que ainda não tiveram a mesma experiência. É o momento da colheita! O reino de Deus também se manifesta em nós quando, mesmo que ainda nem entendamos a Sua Palavra, nós experimentamos apenas uma gotinha do Seu amor e da Sua misericórdia. Às vezes, em momentos de sofrimento, de dificuldades, de provação, o terreno do nosso coração fica mais acessível para acolher o amor de Deus. E, assim acontece como a semente de mostarda que é a menor de todas, mas é capaz de crescer tornar-se uma grande árvore e abrigar os pássaros do céu. Quando a terra do nosso coração acolhe a semente da Palavra e do Amor de Deus e nós a deixamos germinar nós teremos como consequência, uma vida frutuosa, plena de abundante utilidade. Mesmo que tenhamos pouca fé, Deus vai realizando em nós o grande milagre do amor. E ninguém que haja sido tocado pelo Amor de Deus, poderá ficar estagnado, infeliz e descrente. A Palavra de Deus nos fará ser árvore que dá abrigo a muitas pessoas e a nossa luz brilhará nas trevas do mundo. Assim nós haveremos de sair semeando a semente do amor por onde passarmos. - Você tem notado o crescimento do reino de Deus em você? - Quais as mudanças que aconteceram em você? - Você se sente mais feliz, hoje do que antes? - Você já está sendo árvore que dá sombra? – Você se sente amado (a) por Deus? Helena Serpa, Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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