A Paróquia São João Eudes, no bairro Luciano Cavalcante,
dando prosseguimento à sua programação para a Quaresma, que começou no último fim de semana com celebrações eucarísticas em suas cinco
capelas – Menino Deus, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Santa Luzia, Divina
Misericórdia e Nossa Senhora da Libertação – promoveu ontem, na Casa de
Formação dos “Eudistas" , uma palestra sobre a Campanha da Fraternidade 2014, que
tem como tema: “Fraternidade e Tráfico Humano” e como lema: “ É Para a Liberdade que
Cristo nos Libertou (Gl 5,1) ministrada pelo diácono Gilson, que iniciou a sua
palestra invocando o Espírito Santo, através de um cântico. Ele foi apresentado
aos presentes pelo padre Luís Gabriel Mendoza, pároco de São João Eudes.
Na sua pregação, o diácono Gilson mostrou o trabalho que vem realizando na sua comunidade e em
paróquias lutando para diminuir a pobreza em nossa Capital e nos pede para que
entremos também nessa luta contra o
tráfico humano, especialmente de mulheres e crianças.
O diácono José Gilson e Silva aproveitou para mostrar uma pesquisa feita
pela Organização Internacional do Trabalho, divulgada em junho de 2012 e que
faz parte do trabalho da Campanha que afirma que o número de pessoas atingidas
pelo tráfico humano ultrapassa a 20 milhões e que, quase 2 milhões são de países
da América Latina e Caribe. Essas pessoas são usadas em trabalhos forçados,
exploração sexual e neste caso grande parte das pessoas é levada para fora do
País.
A explanação feita pelo diácono Gilson chocou a todos,
porque muitos ouviam falar sobre tráfico humano e não sabiam, por exemplo, que
crianças traficadas têm os seus órgãos retirados para serem vendidos por
traficantes, ou exploradas por pedófilos.
CARTA DO PAPA
O palestrante ilustrou a sua pregação com uma carta que o
papa Francisco enviou para os brasileiros.
Leia na íntegra:
MENSAGEM DO PAPA
FRANCISCO
AOS FIÉIS BRASILEIROS
POR OCASIÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2014
Quarta-feira, 05 de março de 2014
AOS FIÉIS BRASILEIROS
POR OCASIÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2014
Quarta-feira, 05 de março de 2014
Queridos brasileiros
Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que
me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença
para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março,
falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recorda a vitória da Páscoa:
«É para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte
e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do
pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais
e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu
para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem:
«Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!». Neste sentido,
visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira
para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos
bispos do Brasil lhes propõem este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.
Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres
humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção
de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores
explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! «A este nível, há
necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes
toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para
vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se
deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente,
torna-se cúmplice desta prepotência» (Discurso aos novos Embaixadores, 12 de
dezembro de 2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa,
quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que
escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se
exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora;
idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores
basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há
necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a
alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra
é negada?
Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a
dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De
poder, de fama, de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha
dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na
Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf.
Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no
outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No
ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava
uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e
as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou
mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz
para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos
campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em
abundância (cf. Evangelii gaudium, 75).
Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos
os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita
liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21), despertando em cada coração
sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de
liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.
Fonte: Acidigital
Gilson finalizou a sua pregação com a Oração da Campanha da
Fraternidade
Ó Deus,
sempre ouvis o clamor do vosso povo
e vos
compadeceis dos oprimidos e escravizados.
Fazei que
experimentem a libertação da cruz
e a
ressurreição de Jesus.
Nós vos
pedimos pelos que sofrem
o flagelo do
tráfico humano.
Convertei-nos
pela força do vosso Espírito,
e tornai-nos
sensíveis às dores destes nossos irmãos.
Comprometidos
na superação deste mal,
vivamos como
vossos filhos e filhas,
na liberdade
e na paz.
Por Cristo
nosso Senhor.
AMÉM!
E a noite de palestra chegou ao seu final com o canto da Campanha
É para a liberdade
que Cristo nos libertou,
Jesus
libertador!
É para a
liberdade que Cristo nos libertou! (Gl 5,1)
1. Deus
não quer ver seus filhos sendo escravizados,
À
semelhança e à sua imagem, os criou. (Cf. Gn 1,27)
Na cruz
de Cristo, foram todos resgatados
Pra
liberdade é que Jesus nos libertou! (Gl 5,1)
2. Há
tanta gente que, ao buscar nova alvorada,
Sai pela
estrada a procurar libertação;
Mas como
é triste ver, ao fim da caminhada,
Que foi
levada a trabalhar na escravidão!
3. E
quantos chegam a perder a dignidade,
Sua
cidade, a família, o seu valor.
Falta
justiça, falta mais fraternidade
Pra
libertá-los para a vida e para o amor!
4. Que
abracemos a certeza da esperança, (Cf. Hb 6,11)
Que já
nos lança, nessa marcha em comunhão.
Pra novo
céu e nova terra da aliança, (Cf. Ap 21,1)
De
liberdade e vida plena para o irmão… (Cf. Jo 10,10)
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