quinta-feira, 30 de abril de 2015

PADRE GILSON PARTICIPA DA ABERTURA OFICIAL DO PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO DE DOM HELDER CÂMARA



Padre Gilson Marques Soares, pároco do Senhor do Bonfim, Monte Castelo, participa no domingo, dia 3, às 9 horas, da Missa presidida por Dom Antônio Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife, por ocasião da abertura oficial do processo de beatificação e canonização de Dom Helder Câmara. A Santa Missa será rezada na Catedral do Santíssimo Salvador do Mundo. Padre Gilson recebeu o acolitato e leitorato de Dom Helder, quando estudava como seminarista em Recife.
dom_helder1Processo diocesano de beatificação de dom Helder terá início em maio
A arquidiocese de Olinda e Recife (PE) recebeu na segunda-feira, dia 6 de abril, a carta que confirma que “nada obsta, da parte da Santa Sé,” a que a Causa de Beatificação e Canonização do Servo Deus dom Helder Pessoa Câmara possa ser realizada. Diante do fato, o arcebispo local, dom Antônio Fernando Saburido, marcou para o dia 3 de maio o início da etapa diocesana do processo de beatificação daquele que esteve à frente da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Dom Saburido marcou para o horário de 9 horas o início da Missa na qual irá apresentar os membros da comissão jurídica responsável por reconhecer as “virtudes heroicas” do “Dom da Paz”, como dom Helder é conhecido.
Chamada de “tribunal”, a comissão será formada por cinco membros: juiz delegado e promotor de justiça (ambos canonistas), notário, notário adjunto e cursor. O grupo se reunirá para estudar os textos publicados em vida e analisar os testemunhos de pessoas que conheceram o prelado. “O objetivo deles será analisar os novos textos publicados por dom Helder e ouvir pessoas que tiveram contato com o Servo de Deus. Também será fundamental a atuação das comissões histórica e teológica, esta última ainda será criada”, explica o postulador da causa de beatificação e canonização de dom Helder, frei Jociel Gomes.
Dom Fernando Saburido, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 8, assinou edital que torna pública a autorização da Santa Sé. “Tenho um carinho enorme por dom Helder e desde que cheguei à arquidiocese há esse desejo do povo de Deus. Enviamos o pedido no dia 27 de maio do ano passado e nos surpreendeu positivamente o retorno rápido da Santa Sé. Agora vamos trabalhar para concluir a etapa diocesana do processo. Em seguida, será a vez do Vaticano realizar a outra parte do processo”, disse dom Saburido.
Após a fase diocesana do processo de beatificação haverá a elaboração, por parte do relator nomeado pela Congregação para a Causa dos Santos de um documento denominado Positio. Trata-se de um compêndio dos relatos e estudos realizados pela comissão jurídica. Assim que aprovado, o papa concede o título de Venerável Servo do Deus.
O passo seguinte é o da beatificação. Ser beato, ou bem-aventurado, significa representar um modelo de vida para a comunidade e, além disso, ter a capacidade de agir como intermediário entre os cristãos e Deus. Depois disso, ainda é preciso passar por mais uma fase: a canonização.
Para ser proclamado santo é imprescindível a comprovação de um milagre, que deve ocorrer após sua nomeação como beato.
Recorde a atuação de dom Helder Câmara na CNBB
Dom Helder Camara nasceu em 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, e  teve 12 irmãos. Após entrar muito jovem no Seminário da capital do Ceará, se tornou padre aos 22 anos.
O primeiro momento da vida religiosa de dom Helder foi marcado pela militância junto a instituições políticas conservadores, como a Ação Integralista Brasileira, entre 1932 e 1937. Mais tarde, o religioso considerou a participação como um erro da juventude. Já radicado no Rio de Janeiro desde 1936, passou a optar por um trabalho assistencialista, quando fundou departamentos da Igreja voltados para atender os mais necessitados.
Após longo período atuando na então capital do Brasil, dom Helder foi nomeado para o Maranhão. Com a morte do arcebispo de Olinda e Recife, é mandado para Pernambuco, onde desembarcou em 12 de abril de 1964, poucos dias após o golpe militar. Na capital pernambucana, o religioso desembarcou em meio a uma relação conturbada entre Governo do Estado e Igreja.
Dois dias após a posse, dom Helder lançaria, juntamente com outros 17 bispos nordestinos, um manifesto à Nação, pedindo liberdade das pessoas e da Igreja. O primeiro grande atrito, entretanto, ocorreu em agosto de 1969, quando o arcebispo foi acusado de demagogo e comunista, por ter criticado a situação de miséria dos agricultores do Nordeste.
A partir de então, dom Helder sofreu represálias, inclusive com sua casa metralhada, assessores presos e com a morte de Padre Antônio Henrique, que foi assassinado. Em 1970, quando dom Helder teve o nome lembrado para o Prêmio Nobel da Paz, o governo brasileiro promoveu uma campanha internacional para derrubar a indicação, já que ele denunciava a prática de tortura a presos políticos no Brasil. Também em 1970, os militares chegaram a proibir a imprensa de mencionar o nome do arcebispo de Recife e Olinda.
Dom Helder comandou a Arquidiocese de Olinda e Recife até o dia 10 de abril de 1985, quando – por atingir a idade limite de 75 anos – foi substituído pelo arcebispo dom José Cardoso Sobrinho.  Ele morreu em sua casa, no Recife, em 27 de agosto de 1999, devido a uma insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia. Seus restos mortais estão sepultados na Igreja Catedral Santíssimo Salvador do Mundo, em Olinda.
Pelo seu trabalho em defesa dos direitos humanos, dom Helder recebeu vários prêmios internacionais, como Martin Luther King, nos Estados Unidos, 1970, e o Prêmio Popular da Paz, na Noruega, 1974.  O religioso é autor de 22 livros, a maioria ensaios e reflexões sobre o terceiro mundo e a Igreja.
Acesse http://www.arquidioceseolindarecife.org/2015/04/missa-abre-oficialmente-processo-de-beatificacao-e-canonizacao-de-dom-helder-camara/
Com informações da Arquidiocese de Olinda e Recife e CNBB

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