domingo, 28 de agosto de 2016

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE


28/08/2016 - XXII Domingo do tempo comum

 - 1ª. Leitura - Eclesiástico 3, 19-21.30-31 - “o homem inteligente”

“Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade e assim encontrarás graça diante do Senhor”! Este é o conselho do Livro do Eclesiástico! Às vezes, temos a impressão de que todas as pessoas que possuem bens e poder aqui na terra estão sujeitas a ser também, orgulhosas e cheias de soberba. No entanto, a leitura nos dá a receita para que, mesmo cheios de bens e poder aqui na terra, possamos ser também grandes diante de Deus: ser manso e humilde de coração. Isto significa que uma coisa não nos impede de viver a outra, pelo contrário, o homem que possui muitos bens, mas reconhece a sua dependência de Deus, pode exercer a humildade e encontrar graça diante do Senhor. O orgulho, a vaidade e o egoísmo estão enraizados em nós por causa do pecado, todavia, quando colocamos a nossa inteligência a serviço de Deus e refletimos nos Seus ensinamentos de ouvidos atentos, nós nos apossamos da Sua sabedoria e podemos praticar a mansidão, para assim, sermos amados mais do que um homem generoso. O homem manso tem um coração rendido a Deus, por isso, vale mais do que muitas ofertas feitas pelo homem prepotente. Ele é considerado por Deus um homem inteligente. Aos humildes e simples é que Deus revela os Seus mistérios, isto é, àqueles que não buscam coisas grandiosas e se encantam com as coisas simples da vida. Peçamos ao Senhor que nos dê um coração manso e humilde para que a nossa inteligência seja iluminada pelo Seu amor e alcancemos a sabedoria dos justos. – O que você entende por humildade? – Você é uma pessoa humilde, ou melhor, que reconhece seus limites e agradece ao Senhor pelas suas potencialidades?

Salmo 67 – “Com carinho preparastes uma mesa para o pobre!”

Quem tem um coração humilde se rejubila na presença do Senhor e exulta de alegria diante da Sua Majestade. O Senhor nos acolhe dentro do Seu coração e nos protege das intempéries do mundo. O órfão e a viúva, os deserdados, os prisioneiros, isto é, os que sofrem, mas confiam Nele recebem lá do alto uma chuva generosa de bênção. Todos nós que nos consideramos pequeninos, temos a esperança de um dia, sentar à mesa do Senhor para o Banquete que Ele nos preparou.


2ª. Leitura – Hebreus 12, 18-19 . 22-24 – “Jesus é o Mediador da Nova Aliança

A mensagem desta leitura nos enche de alegria e esperança, pois nos motiva a perceber que Deus não está longe de nós, muito pelo contrário, está muito perto e participa da nossa caminhada aqui na terra. Os antigos viram a Sua manifestação nos milagres e prodígios quando foram retirados da escravidão do Egito. Hoje, nós vemos a manifestação de Deus por meio da fé em Jesus Cristo que veio ao mundo nos retirar da escravidão do pecado e, assim, unir a terra ao céu nos revelando a face do Pai. Portanto, podemos perfeitamente contemplar a realidade espiritual que do céu se une a nós, na “reunião festiva de milhões de anjos e da assembleia dos primogênitos”. Todos nós deveríamos viver aqui na terra na perspectiva do céu tendo como meta e objetivo de vida alcançar a perfeição dos justos. Basta que tenhamos consciência de que Jesus é o Mediador da Nova Aliança que Deus fez com os homens e é Ele quem nos justifica diante do Pai. Mesmo sendo pecadores nós temos a graça da redenção por mérito de nosso Senhor Jesus Cristo, por isso, não devemos desanimar diante das nossas fraquezas, mas colocá-las diante do Pai cheio de misericórdia e de amor por todos aqueles (as) que Dele se aproximam, com espírito contrito. Não precisamos ouvir o som da trombeta e voz poderosa, basta somente que escutemos o nosso coração pulsando para perceber que é aí a morada do Deus vivo. O Senhor nos fala através dos nossos pensamentos, sentimentos e anseios. São palavras de amor, de consolo, de incentivo e de perdão. - Pare um pouco agora e perceba a voz de Deus que lhe fala através das batidas do seu coração.




Evangelho Lucas 14, 1.7-14 – “a recompensa dos justos”


Neste Evangelho Jesus usa o exemplo do convidado que escolhe o primeiro lugar na festa de um casamento para nos ensinar a viver a humildade em todas as situações da nossa vida. Quando nos colocamos na perspectiva da mentalidade do mundo achamos que é natural quem chegar primeiro ter direito aos primeiros lugares. No entanto, dentro da mentalidade evangélica, quando colocamos essa figuração em todas as conjunturas da nossa caminhada aqui na terra, nós percebemos que o querer sempre alcançar o primeiro lugar é uma disposição doentia da nossa humanidade atingida pelo pecado. Queremos o primeiro lugar na fila do banco, no estacionamento, no trânsito, assim como também almejamos auferir os maiores lucros, tirar o primeiro lugar no concurso, ser escolhido como o melhor, o “bamba”, ter o maior salário e, muitas vezes, não medimos esforços pra alcançar os nossos objetivos. Nem nos lembramos de que existe “o outro ou a outra” a quem devemos honrar, independentemente de quem seja, pois assim ensina a Palavra do Senhor. Se fizéssemos a experiência de sempre ceder o espaço a quem estiver perto de nós, com certeza, o nosso coração iria ficar gratificado com a alegria que pudéssemos estar proporcionando a alguém. O exercício da humildade, antes de ser um sinal de subserviência é uma prática evangélica que nos ensina a suportar, acolher, compreender, ajudar, e fazer tudo por amor a Deus. Precisamos tomar consciência de que não temos nenhum mérito em nos elevar a nós mesmos, em nos auto elogiar e enaltecer. Se agirmos assim, nunca seremos reconhecidos pelos outros, mas somente pelo nosso ego. Deus conhece as intenções do nosso coração quando nos aproximamos das pessoas, quando queremos ter amizade com elas, somente por interesse. Se quisermos agradar a Deus, precisamos convidar também aqueles de quem nada esperamos e não têm como nos retribuir a não ser com sua gratidão e oração. Aí sim, teremos a recompensa dos justos e seremos felizes. O assento na mesa da festa é apenas uma figura para nos fazer refletir sobre as atitudes que tomamos na festa da nossa vida. – Você gosta dos primeiros lugares? – Você pensa nos outros na hora de escolher o melhor lugar? – Você convida também para a sua casa as pessoas que não podem lhe retribuir.

Helena Serepa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho


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