quinta-feira, 31 de agosto de 2017

PAPA FRANCISCO SOBRE SANTA ROSA DE LIMA: "CRESCIDA COMO UM LÍRIO ENTRE PEDRAS"


Lima (RV) – Uma Missa solene celebrada na Catedral de Lima concluiu na quarta-feira, 30,concluiu o Ano Jubilar de em recordação aos 400 anos da morte de Santa Rosa de Lima.
 
A celebração foi presidida pelo enviado do Papa. Cardeal Raúl Eduardo Vela Chiriboga, Arcebispo emérito de Quito.
Na ocasião, o purpurado leu a Mensagem enviada pelo Pontífice, onde exorta “a uma fervorosa devoção por Santa Rosa de Lima, para que obtenha de Deus muitos benefícios para toda a Arquidiocese de Lima, no Peru, e em todo o mundo”.
O Papa define Santa Rosa de Lima com uma passagem do Cântico dos Cânticos: uma mulher “crescida como um lírio entre as pedras”. Submeteu-se, de fato, a severas penitências – recordou o Papa – “tornando-se amiga do Senhor desde a infância”, consagrando-se como virgem e cultivando as virtudes desde pequena.
“Desde então, inflamada pelo exemplo e pela intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e de Santa Catarina de Sena, ofereceu totalmente a sua vida a Deus”, vestindo o hábito da Terceira Ordem dominicana.
O Pontífice recorda por fim o amor de Santa Rosa de Lima por “toda a criação”, em particular quando convidava “todo ser vivo a louvar o Criador”.
Nascida em Lima em 20 de abril de 1586, décima de treze filhos (Isabel era seu nome de Batismo) era descendente de conquistadores.
Desde pequena, sentiu a chamada vocacional, inspirando-se em Santa Catarina de Sena. Como ela, aos vinte anos vestiu o hábito da Terceira Ordem Dominicana.
Preparou na casa materna um local para receber os mais necessitados, prestando assistência às crianças e aos idosos abandonados, sobretudo os de origem indígena.
Desde 1609 recolheu-se em oração em uma cela de apenas 2m² construída no jardim da casa materna, da qual saía somente para as funções religiosas. Morreu em 24 de agosto de 1617.
Canonizada em 1671 por Clemente X, foi a primeira entre os Santos da América. É a Padroeira do Peru, no Novo Mundo e das Filipinas.(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano

PAPA FRANCISCO: FECUNDO MOMENTO DE DIÁLOGO ENTRE CATÓLICOS E JUDEUS


Cidade do Vaticano (RV) –  “No nosso caminho comum, graças à benevolência do Altíssimo, estamos atravessando um fecundo momento de diálogo”.
 
Com estas palavras  o Papa Francisco iniciou o seu pronunciamento aos Representantes da Conferência dos Rabinos Europeus, do Conselho Rabínico da América e da Comissão do Grão Rabinato de Israel em diálogo com a Comissão para as Relações religiosas com o Judaísmo da Santa Sé, recebidos em audiência na manhã desta quinta-feira na Sala dos Papas, no Vaticano.
O Pontífice recebeu da delegação o documento “Entre Jerusalém e Roma” – elaborado pela Comissão – “um texto – observou - que  tributa particulares reconhecimentos à Declaração Nostra Aetate, que no seu quarto capítulo constitui para nós a “carta magna” do diálogo com o mundo judaico”.
Nostra Aetate – recordou o Papa – esclarece que o início da fé cristã encontra-se já,  segundo o mistério divino da salvação, nos Patriarcas, em Moisés e nos Profetas e que, sendo grande o patrimônio espiritual que temos em comum, deve ser promovida entre nós o mútuo conhecimento e estima, sobretudo por meio dos estudos bíblicos e colóquios fraternos”.
“No decorrer dos últimos anos pudemos nos aproximar, dialogando de modo eficaz e frutuoso; aprofundamos o nosso conhecimento recíproco e intensificamos os nossos vínculos de amizade”.
O Pontífice observa que o documento “Entre Jerusalém e Roma” não esconde as diferenças teológicas das respectivas tradições de fé, mas exprime o firme desejo de colaborar “de forma mais estreita hoje e no futuro”:
“O vosso documento dirige-se aos católicos chamando-os de “parceiros, estreitos aliados, amigos e irmãos na busca comum de um mundo melhor que possa desfrutar da paz, justiça social e segurança”.
Francisco ressalta ainda que o documento reconhece que católicos e judeus compartilham crenças comuns e que as religiões devem utilizar o comportamento moral e educação religiosa – não a guerra, a coerção ou a pressão social – para exercer a própria capacidade de influenciar e de inspirar”. É tão importante isto!”, exclama o Papa.
Ao concluir, o Santo Padre expressa seu melhores votos por ocasião do Ano Novo judaico - que será celebrado dentro de poucas semanas – com o “Shanah towah!” e invoca “com os presentes e sobre todos nós”,  “a bênção do Altíssimo sobre o caminho comum de amizade e de confiança que nos espera”, pedindo que “o Altíssimo conceda a nós e ao mundo inteiro a sua paz. Shalom alechem!”.(from Vatican Radio)
Fonte; Rádio Vaticano

EVANGELHO DO DIA

Mateus 24,42-51

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.Glória a vós, Senhor. Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 42”Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor! 43Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. 44Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá.45Qual é o empregado fiel e prudente, que o senhor colocou como responsável pelos demais empregados, para lhes dar alimento na hora certa? 46Feliz o empregado, cujo senhor encontrar agindo assim, quando voltar. 47Em verdade vos digo, ele lhe confiará a administração de todos os seus bens. 48Mas, se o empregado mau pensar: ‘Meu Senhor está demorando’, 49e começar a bater nos companheiros, a comer e a beber com os bêbados; 50então o senhor desse empregado virá no dia em que ele não espera, e na hora que ele não sabe. 51Ele o partirá ao meio e lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes”.— Palavra do Senhor.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE




31/08/2017 - 5ª. Feira XXI semana comum

- 1ª. Leitura – 1 Tessalonicenses 3,7-13 – “a fé nos aproxima do conhecimento de Deus”” 

Nesta leitura nós vemos como São Paulo se alegra e fica confortado pela notícia de que os seus seguidores estivessem firmes na fé do Senhor. Segundo Santo Tomas de Aquino “a fé nos aproxima do conhecimento de Deus” assim, pois, nós podemos apreender que ela nos leva a apreciar todas as coisas com os olhos de Deus. A fé, portanto, nos faz ser participantes da vida divina, e nos transforma em homens e mulheres novos tendo uma nova visão, tanto das coisas de Deus como da realidade terrena que nos rodeia. Podemos avaliar se realmente a fé está nos motivando a direcionar a nossa vida, quando começamos a encarar os acontecimentos conforme o pensamento de Deus. São Paulo completa a sua saudação aos tessalonicenses dizendo que reza para revê-los e completar o que ainda falta à fé que eles professam. E suplica a Deus que faça com que o amor entre eles aumente e transborde sempre. Em vista disso, nós chegamos à conclusão de que a maior prova de que realmente a nossa fé está firme é quando nós a concretizamos com as nossas ações de amor mútuo. “ A fé dá-nos um sentimento de segurança, de paz e a convicção de que estamos constantemente envolvidos pelo amor de Deus”, assim sendo, viver a fé significa saber reconhecer o poder amoroso de Deus em nós e usá-lo nos nossos relacionamentos. A fé é a nossa maior motivação para buscar a santidade sem defeito aos olhos do Pai e quanto mais nós estivermos firmes na fé mais a capacidade amorosa de Deus transbordará através de nós. Portanto, a santidade sem defeito consiste na vivência do amor conforme Ele age no nosso coração. É bastante para o homem a graça de ter fé, mas a fé se confirma por meio dos nossos atos concretos de amor. Não nos basta apenas crer, confiar e depender se não manifestamos a caridade que é a prova real da nossa fé. - As suas ações estão dando prova da fé que você diz ter? Como? - Qual a mudança que você tem notado em si mesmo (a) em relação ao seu despojamento? - Reflita sobre esta afirmação: “santo é aquele que ama”.

Salmo 89 – “Saciai-nos de manhã com vosso amor!

O salmista coloca todo o seu viver nas mãos do Senhor com a consciência de que a vida é passageira. Assim também ele nos admoesta para que peçamos ao Senhor que nos faça contar os nossos dias, isto é, que possamos aproveitar o tempo em que vivemos usando a sabedoria de Deus. Precisamos também ter a consciência de que, se o Senhor nos saciar com o Seu Amor desde cedo, nós, com certeza, exultaremos de alegria até o fim da nossa vida. Que possamos também entregar nas mãos de Deus o nosso trabalho aqui na terra a fim de que ele seja fecundo para o reino dos céus.

Evangelho – Mateus 24,42-51 - “à espera da volta”

Neste Evangelho Jesus nos faz refletir sobre o nosso desempenho na missão que o Pai nos entregou em vista da nossa entrada no céu. Precisamos ter consciência do valor do nosso tempo e das descobertas que, a todo o momento, nós fazemos em relação ao projeto de Deus para vivermos aqui na terra. Aqui na terra somos como passageiros em busca de uma pátria definitiva e não sabemos quando terminará o prazo desta viagem. Na verdade, trazemos dentro de nós um desejo e um anseio de eternidade. Por isso, nos confundimos achando que permaneceremos para sempre instalados aqui neste mundo, porém, Jesus nos exorta a que fiquemos vigilantes quanto ao fato da brevidade da nossa vida. Nunca chegará o dia em que podemos estar descansados e acomodados compreendendo que já cumprimos com a nossa missão. A cada momento da nossa vida o Senhor nos mostra algo novo a
vivenciar e nos renova para que possamos assumir a obra que Ele nos destinou. Por isso, precisamos então, todos os dias, pesar, medir e contar os nossos atos e as nossas intenções e pedir ao Senhor a graça de nos conservar atentos (as) e vigilantes a fim de que sejamos encontrados no nosso posto quando do Seu regresso. O nosso compromisso com Deus se dá em relação ao nosso irmão e o amor que vivermos será o parâmetro da fidelidade da nossa vida. – Você tem consciência da missão que o Senhor lhe entregou para realizar aqui na terra? - Você acha que já cumpriu tudo? O que está faltando? - Como você tem tratado aqueles que o Senhor lhe colocou como responsável por eles? - O que você acha que Deus ainda vai lhe destinar como compromisso? - Você está disposto (a) a aceitar qualquer chamado do Senhor? – Você tem desejo de eternidade?

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

SANTO DO DIA - SÃO RAIMUNDO NONATO


São Raimundo Nonato encontrou dificuldades para vir à luz, foi invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa “não nascido” porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta).
Nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo.
Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho. Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador: São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feito escravos.
Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado. Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha.
São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro. O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.
São Raimundo Nonato, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

PAPA FRANCISCO: A MEMÓRIA DA VOCAÇÃO REAVIVA A ESPERANÇA


Cidade do Vaticano (RV) -  “A memória da vocação reaviva a esperança”. Com este tema de sua catequese, o Papa Francisco voltou a realizar a Audiência Geral na Praça São Pedro, que esta quarta-feira teve a presença de sacerdotes do Colégio Pio Brasileiro e da equipe da Chapecoense, que na noite de sexta-feira disputará um amistoso no Estádio Olímpico contra o Roma.
 
"Recordar-se de Jesus, do fogo de amor com o qual um dia concebemos a nossa vida como um projeto de bem e reavivar com esta chama a nossa esperança" é "uma dinâmica fundamental da vida cristã".
O Papa Francisco concentrou sua catequese da Audiência Geral desta quarta-feira – que voltou a ser realizada na Praça São Pedro -na relação entre memória e esperança, com particular referência à memória da vocação.
E para ilustrar isto, usou como exemplo o chamado dos primeiros discípulos de Jesus, uma experiência que ficou de tal forma impressa em suas memórias, que João já idoso chegou até mesmo a precisar a hora: "Eram cerca de 4 horas da tarde".
Após a frase pronunciada às margens do Jordão por João Batista "Eis o Cordeiro de Deus", Jesus ganha dois novos jovens seguidores, a quem pergunta: "Que procurais?".
"Jesus - observou o Papa - aparece nos Evangelhos como um especialista de coração humano. Naquele momento, havia encontrado dois jovens que estavam buscando, com uma saudável inquietude":
"Com efeito, que juventude é uma juventude satisfeita, sem uma busca de sentido? Os jovens que não buscam nada não são jovens, estão aposentados, envelheceram antes do tempo. É triste ver jovens aposentados. E Jesus, em todo o Evangelho, em todos os encontros que lhe acontecem ao longo do caminho, aparece como um "incendiário" dos corações".
Por isso faz a pergunta "o que procurais?", justamente para “fazer emergir o desejo de vida e de felicidade que cada jovem traz dentro”.
Então, Francisco pergunta aos jovens que estão na Praça São Pedro e aqueles que acompanham pela mídia:
“Tu, que és jovem, o que procuras? O que procuras no teu coração?”
E foi assim que começou a vocação de João e de André, dando início a uma amizade com Jesus tão forte, que criou uma comunhão de vida e de paixão com Ele. E esta convivência com Jesus, transformou-os logo em missionários, tanto que seus irmãos Simão e Tiago também passam a seguir Jesus.
"Foi um encontro tão tocante, tão feliz, que os discípulos recordarão para sempre aquele dia que iluminou e orientou a juventude deles", ressaltou o Papa.
Francisco diz a seguir que a própria vocação neste mundo pode ser descoberta de diferentes maneiras, "mas o primeiro indicador é a alegria do encontro com Jesus":
"Matrimônio, vida consagrada, sacerdócio: cada vocação verdadeira inicia com um encontro com Jesus que nos dá alegria e uma esperança nova; e nos conduz, mesmo em meio às provações e dificuldades, a um encontro sempre mais pleno, cresce, aquele encontro, maior, o encontro com Ele e à plenitude da alegria".
O Papa observa então, que "o Senhor não quer homens e mulheres que o sigam de má vontade, sem ter no coração o vento da alegria", perguntando aos presentes: “Vocês, que estão na praça, vocês têm o vento da alegria? Cada um se pergunte: Eu tenho dentro de mim, no coração, o vento da alegria?”:
"Jesus quer pessoas que tenham experimentado que estar com Ele traz uma felicidade imensa, que pode ser renovada a cada dia da vida. Um discípulo do Reino de Deus que não é alegre, não evangeliza este mundo,  é um triste. Nos tornamos pregadores de Jesus, não aperfeiçoando as armas da retórica: tu podes falar, falar, falar, mas se não existe uma outra coisa, como pode se tornar pregador de Jesus? Tendo nos olhos o brilho da verdadeira felicidade. Vemos tantos cristãos, também entre nós, que com os olhos te transmitem a alegria da fé: com os olhos!”.
Por isto o cristão - assim como o fez a Virgem Maria - deve proteger "a chama de seu enamoramento":
"Certamente, existem provações na vida, existem momentos em que é necessário seguir em frente não obstante o frio e os ventos contrários. Porém os cristãos conhecem o caminho que conduz àquele fogo sagrado que os acendeu uma vez para sempre".
O Papa por fim, alerta para não darmos atenção à quem nos tira o entusiasmo e a esperança, mas a sonharmos com um mundo diferente e cultivarmos sãs utopias:
"Mas por favor, recomendo: não demos ouvidos às pessoas desiludidas e infelizes; não escutemos quem recomenda cinicamente para não cultivar esperanças na vida; não confiemos em quem apaga ao nascer cada entusiasmo, dizendo que nenhuma empresa vale o sacrifício de toda uma vida; não escutemos "velhos" de coração que sufocam a euforia juvenil.  Procuremos os velhos que têm os olhos brilhantes de esperança! Cultivemos, pelo contrário, sãs utopias: Deus nos quer capazes de sonhar como Ele e com Ele, enquanto caminhamos bem atentos à realidade. Sonhar um mundo diferente. E se um sonho se apaga, voltar a sonhá-lo de novo, indo com esperança à memória das origens, aquelas brasas que, talvez, depois de uma vida não tão boa, estão escondidas sob as cinzas do primeiro encontro com Jesus". 
Antes de saudar os peregrinos de língua italiana, o Papa Francisco fez um apelo pelo Dia de Oração pelo Cuidado da Criação:
“Depois de amanhã, 1º de setembro, recorre o Dia de Oração pelo cuidado da criação. Nesta ocasião, eu e meu querido irmão Bartolomeu, Patriarca ecumênico de Constantinopla, preparamos juntos uma Mensagem. Nela convidamos todos a assumir uma atitude respeitosa e responsável com a criação. Fazemos, além disto, um apelo àqueles que desempenham papeis influentes, para escutar o grito da terra e o grito  dos pobres, que são os que mais sofrem pelos desequilíbrios ecológicos”. (JE)(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano

CNBB LANÇA SUBSÍDIOS PARA O MÊS DA BÍBLIA, CELEBRADO EM SETEMBRO


CNBB lança subsídios para o Mês da Bíblia, celebrado em setembro
A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disponibilizou dois subsídios de apoio aos fiéis que desejam celebrar o Mês da Bíblia, agora em setembro. A data foi criada em 1971, com a finalidade de instruir os fiéis sobre a Palavra de Deus.
O texto-base segue o tema e o lema do Mês da Bíblia 2017, “Para que n’Ele nossos povos tenham vida” e “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida”, respectivamente. De acordo com dom José Antônio Peruzzo, presidente da Comissão, a inspiração da temática provém do Documento de Aparecida de 2007, intitulado “Discípulos missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele nossos povos tenham vida”.
Texto-base para o Mês da Bíblia
Trata-se, segundo o bispo, do convite para conhecer Jesus e sua proposta de vida e partilhá-la com as demais pessoas. “O Documento de Aparecida estabelece essa conexão entre discipulado e missão com duas faces da mesma moeda. O discipulado leva necessariamente à missão e a missão se alimenta do discipulado”, afirma.
No contexto específico da realidade brasileira e da caminhada da Igreja no Brasil, o livro escolhido para refletir no mês de setembro está associado à memória de São Jerônimo, tradutor da bíblia para o latim e modelo de divulgador dos estudos bíblicos. “Naturalmente, o chamado Mês da Bíblia significa Ano da Bíblia, e até mesmo a caminhada contínua da Bíblia, no sentido que não se pode limitar a um tempo determinado”, afirma dom Peruzzo.
O texto-base oferece pistas para compreender a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses, que retrata uma comunidade dos inícios do Cristianismo, com dificuldades, resistências e superações. Tal comunidade está inserida na periferia de uma grande cidade do Império Romano, Tessalônica, onde busca-se transformar a sociedade vigente, com a força do anúncio do Evangelho. “Quem quer conhecer belos traços de Paulo, evangelizador entusiasmado, disporá de muitas indicações nessas páginas. Tanto Paulo quanto os tessalonicenses se deixam conhecer nestas linhas”, conclui o bispo.
O subsídio traz uma explicação do tema e lema do mês da Bíblia, apresenta o contexto atual do mês, com alguns eventos que marcam a conjuntura do ano de 2017, em âmbito eclesial e político. Além disso, como forma de apresentação ao tema e ao lema também traz uma apresentação do apóstolo Paulo e seu método missionário. A publicação está à venda no site da Editora da CNBB.
Encontros Bíblicos
Roteiro de Encontros Bíblicos. Foto: Mauricio Sant’Ana
O outro subsídio de apoio, também ofertado pela Comissão, é um roteiro de encontros bíblicos, com cinco encontros, que tem a finalidade de ajudar as comunidades, grupos de famílias, grupos de reflexão, círculos bíblicos, que buscam orientar-se na luz da Palavra de Deus.
De acordo com o assessor da Comissão, padre Antonio Marcos Depizzoli, os encontros ajudarão a meditar o testemunho dos cristãos de Tessalônica, os sofrimentos de vida e a presença fraterna dos irmãos em comunidade. “Acolhamos a graça desse tempo e deixemos que a Palavra soe em nosso coração e ressoe a partir do coração!”, exorta.
O subsídio também encontra-se disponível para venda no site da Edições CNBB.

EVANGELHO DO DIA


Mateus 23,27-32

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.Glória a vós, Senhor. Naquele tempo, disse Jesus: 27“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão! 28Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça.29Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, 30e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. 31Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. 32Completai, pois, a medida de vossos pais!”— Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE


30/08/2017 - 4ª. feira XXI semana comum

– 1 Tessalonicenses 2, 9-13 – “a nossa conversão é o maior sinal de que a nossa pregação será eficaz ”

O maior prêmio que podemos receber como evangelizadores é perceber que as pessoas a quem anunciamos Jesus estão dando testemunho de conversão. Isto é para nós, o motivo de muita alegria, pois é sinal de que a nossa pregação está sendo eficaz. Quando anunciamos a Palavra de Deus com a nossa vida sendo coerente com o que pregamos o nosso discurso se torna justo e vivo e isto faz toda a diferença para a missão a que nos dispomos realizar. Assim como exortamos aos outros nós também devemos nos comportar de modo digno de Deus que nos chama para o seu reino e a sua glória. A Palavra de Deus é viva e eficaz para transformar o nosso interior e na medida em que a revelamos nós também somos favorecidos (as) com os seus efeitos. No entanto, para evangelizar e pregar o Nome de Jesus ao mundo, nós não precisamos literalmente sair de onde estamos à procura de alguém que está necessitado. Nós também podemos evangelizar onde nos encontramos, no trabalho, em casa, no mundo, na hora da diversão, pelo depoimento que damos através das nossas ações e reações quando enfrentamos a luta, as dificuldades, as incompreensões, a perseguição, etc. A nossa maneira de viver no mundo conformados ao Evangelho é a pregação mais eficaz para atrairmos para Deus as pessoas que estão sem rumo. – Você vivencia o que prega? – Seu comportamento no mundo é coerente com o que você anuncia para as pessoas? – Você tem observado o progresso espiritual nas pessoas a quem tem ajudado? – Você se alegra com isso?

Salmo 138 – “Senhor, vós me sondais e me conheceis!”

Para Deus tudo é muito claro sobre nós e só Ele sabe das nossas motivações. Por isso, nunca deveríamos pensar em fugir Dele, pois isso seria uma perda de tempo. Pelo contrário, nós deveríamos, sim, confiar cada vez mais Nele que transforma as nossas noites em dia claro e pode nos ajudar na caminhada da nossa vida.

Evangelho – Mateus 23, 27-32 – “A franqueza e a transparência devem ser um princípio básico nas nossas atitudes”

Nem tudo o que aparentamos ser diante dos outros, na verdade, é o que se passa dentro do nosso íntimo, e Deus, que conhece o nosso coração, sabe disso. Por isso, Jesus continua a nos interpelar assim como fez com os mestres da lei e os fariseus a respeito da sinceridade nas nossas “boas ações” e das palavras que pronunciamos, dos elogios fáceis e cheios de hipocrisia que emitimos com o intuito de agradar a alguém, enquanto o nosso coração, muitas vezes, até faz crítica e reprova. A franqueza e a transparência devem ser um princípio básico nas nossas atitudes. O nosso coração deve dar o compasso para as nossas realizações, do contrário, por mais esforço exterior que façamos as nossas obras denotarão sinal de morte e não de vida. Seremos como sepulcros caiados, por fora, impecáveis, por dentro cheios de imundície. Muitas vezes nós criticamos os erros dos nossos irmãos afirmando que não seríamos capazes de fazer o mesmo, no entanto, na verdade, da mesma forma como aconteceu com eles poderia também ter ocorrido conosco. A verdade e a justiça devem permear as nossas atitudes, nem que doa. Jesus foi transparente e sincero quando disse: “Ai de vós, hipócritas!” Será que somos nós, hoje, os mestres da lei e os fariseus, falsos e cínicos? - Como está a sua justiça? – Ela é verdadeira? – No que será que você poderá estar vivendo, só de fachada? - Você gosta de criticar as falhas dos outros crendo que não cairia no mesmo erro? - Você costuma fazer alguma coisa somente para parecer “bonzinho - boazinha”? – Você costuma refletir sobre as consequências das suas ações? - Você tem costume de elogiar as pessoas somente para agradá-las?

Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

SANTO DO DIA - SÃO CESÁRIO DE ARLES


Os santos, como ninguém, entenderam que a Graça do Cristo que quer santificar a todos, é sempre a mesma, na eficiência, abundância e liberalidade. Cesário de Arles foi um destes homens que se abriu ao querer de Deus, e por isso como Bispo tornou-se uma personalidade marcante do seu tempo.
Cesário nasceu na França em 470, e ao deixar sua casa entrou para o mosteiro de Lérins, onde se destacou pela inteligência, bom humor, docilidade e rígida penitência, que mais tarde acabou exigindo imperfeitamente dos monges sob sua administração. Diante dos excessos de penitências, Cesário precisou ir se tratar na cidade de Arles – Sul da França- local do aprofundamento dos seus estudos e mais tarde da eleição episcopal.
São Cesário de Arles, até entrar no Céu com 73 anos de idade, ocupou-se até o fim com a salvação das almas e isto fazia, concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita, tornando-se assim o grande orador popular do Ocidente latino e glória para a vida monástica. Já que escreveu duas Regras monásticas. Em tudo buscava comunicar a ortodoxia da Fé e aquilo que lutava para viver com o Espírito Santo e irmãos, por isto no campo da moral cristã, Cesário de Arles salientava o cultivo da justiça, prática da misericórdia e o cuidado da castidade.
São Cesário de Arles, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias

terça-feira, 29 de agosto de 2017

"EXTINÇÃO DA RENCA VILIPENDIA DEMOCRACIA BRASILEIRA", AFIRMAM BISPOS DA REPAM EM NOTA



“Extinção da Renca vilipendia democracia brasileira”, afirmam bispos da Repam em nota
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) divulgou nota nesta segunda-feira, 28, na qual repudia a extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), feita pelo Governo Federal na última quarta-feira. No texto, o organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) considera que o decreto baixado pelo Executivo “vilipendia a democracia brasileira, pois com o objetivo de atrair novos investimentos ao país o Governo brasileiro consultou apenas empresas interessadas em explorar a região”.
De acordo com a Repam, nenhuma consulta aos povos indígenas e comunidades tradicionais foi realizada, como manda o Artigo 231 da Constituição Federal de 1988 e a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). “O Governo cede aos grandes empresários da mineração que solicitam há anos sua extinção e às pressões da bancada de parlamentares vinculados às companhias extrativas que financiam suas campanhas”, lê-se no texto.
A manifestação da Repam ainda cita como consequências à extinção da área o aumento do desmatamento; a perda irreparável da biodiversidade; a impossibilidade de garantir a proteção da floresta, das unidades de conservação e das terras indígenas; além de representar uma ameaça política para o Brasil inteiro, “impondo mais pressão sobre as terras indígenas e Unidades de Conservação”.
Leia o texto na íntegra, que é assinado pelo presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB e também da Repam, cardeal Cláudio Hummes, e pelo Presidente da Repam-Brasil e Secretário da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, dom Erwin Kräutler:

Brasília, 28 de agosto de 2017

Nota de repúdio ao Decreto Presidencial que extingue a RENCA

Ouvimos o grito da terra e o grito dos pobres
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), ligada ao Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM), e no Brasil organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), juntamente com a Comissão Episcopal para a Amazônia, da CNBB, por meio de sua Presidência, unida à Igreja Católica da Pan-Amazônia e à sociedade brasileira, em especial aos povos das Terras Indígenas Waãpi e Rio Paru D’Este, vem a público repudiar o anúncio antidemocrático do Decreto Presidencial, altamente danoso, que extingue a Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (RENCA) na última quarta-feira (23).
A RENCA é uma área de reserva, na Amazônia, com 46.450 km2 – tamanho do território da Dinamarca. A região engloba nove áreas protegidas, sendo três delas de proteção integral: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá; a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d`Este. A abertura da área para a exploração mineral de cobre, ouro, diamante, ferro, nióbio, entre outros, aumentará o desmatamento, a perda irreparável da biodiversidade e os impactos negativos contra os povos de toda a região.
O Decreto de extinção da RENCA vilipendia a democracia brasileira, pois com o objetivo de atrair novos investimentos ao país o Governo brasileiro consultou apenas empresas interessadas em explorar a região. Nenhuma consulta aos povos indígenas e comunidades tradicionais foi realizada, como manda o Artigo 231 da Constituição Federal de 1988 e a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Governo cede aos grandes empresários da mineração que solicitam há anos sua extinção e às pressões da bancada de parlamentares vinculados às companhias extrativas que financiam suas campanhas.
Ao contrário do que afirma o Governo em nota, ao abrir a região para o setor da mineração, não haverá como garantir proteção da floresta, das unidades de conservação e muito menos das terras indígenas – que serão diretamente atingidas de forma violenta e irreversível. Basta observar o rastro de destruição que as mineradoras brasileiras e estrangeiras têm deixado na Amazônia nas últimas décadas: desmatamento, poluição, comprometimento dos recursos hídricos pelo alto consumo de água para a mineração e sua contaminação com substâncias químicas, aumento de violência, droga e prostituição, acirramento dos conflitos pela terra, agressão descontrolada às culturas e modos de vida das comunidades indígenas e tradicionais, com grandes isenções de impostos, mas mínimos benefícios para as populações da região.
Riscos ambientais e sociais incalculáveis ameaçam o “pulmão do Planeta repleto de biodiversidade” que é a Amazônia, como nos lembra Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si, alertando que “há propostas de internacionalização da Amazônia que só servem aos interesses econômicos das corporações internacionais” (LS 38). A política não deve submeter-se à economia e aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia, pois a prioridade deverá ser sempre a vida, a dignidade da pessoa e o cuidado com a Casa Comum, a Mãe Terra. Em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em 9 de julho de 2015, o papa Francisco não hesitou em proclamar: “digamos não a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a mãe terra”.
Na LS, o papa Francisco alerta ainda que “o drama de uma política focalizada nos resultados imediatos (…) torna necessário produzir crescimento a curto prazo” (LS 178).
Ao contrário, para ele “no debate, devem ter lugar privilegiado os moradores locais, aqueles mesmos que se interrogam sobre o que desejam para si e para os seus filhos e podem ter em consideração as finalidades que transcendem o interesse econômico imediato” (LS 183).
A extinção da Renca representa uma ameaça política para o Brasil inteiro, impondo mais pressão sobre as terras indígenas e Unidades de Conservação, e abrindo espaço para que outras pautas sejam flexibilizadas, como a autorização para exploração mineral em terras indígenas, proibida pelo atual Código Mineral.
Por todos esses motivos, nos unimos às Dioceses locais do Amapá e de Santarém, aos ambientalistas e à parcela da sociedade que, por meio de manifestações nas redes sociais e de abaixo-assinados, pedem a imediata sustação do Decreto Presidencial que extingue a Reserva.
Convocamos as senhoras e os senhores parlamentares a defenderem a Amazônia, impedindo que mais mineradoras destruam um dos nossos maiores patrimônios naturais.
Não nos resignemos à degradação humana e ambiental! Unamos esforços em favor da vida dos povos que vivem no bioma amazônico. O futuro das gerações vindouras está em nossas mãos!
Que Deus nos anime no mais fundo de nossos corações e nos ilumine e confirme na busca da tão sonhada Terra Sem Males.
Dom Cláudio Cardeal Hummes
Presidente da REPAM e da Comissão Episcopal para a Amazônia
Dom Erwin Kräutler
Presidente da REPAM-Brasil e Secretário da Comissão Episcopal para a Amazônia

Fonte: CNBB