terça-feira, 31 de outubro de 2017

DOM ROSALVO COMEMORA 25 ANOS DE PRESBITERADO


Dom Rosalvo Cordeiro de Lima, bispo auxiliar da Arquidiocese de Fortaleza, encontra-se em Aparecida, São Paulo, para agradecer, amanhã,  dia 1º, Dia de Todos os Santos, a Nossa Senhora pelos seus 25 anos de presbiterado e sete anos de bispo, .


Ele informou ainda que vai celebrar uma missão em ação de graças, no dia 7 de novembro, em Fortaleza, na Capela do Seminário da Prainha, às 19 horas, naquele dia, receberá o título de "Cidadão de Fortaleza",que lhe será conferido pela Câmara Municipal.

- Dom Rosalvo aproveitou a oportunidade para dizer que 
'é uma alegria imensa poder servir a Deus, na pessoa dos irmãos, porque essa é a missão de quem se consagrou e eu me sinto feliz com isso e vou ser feliz aonde o Senhor me coloca para prestar esse serviço"

PAPA FRANCISCO PEDE CORAGEM PARA FAZER CRESCER O REINO DE DEUS





Papa Francisco celebra Missa na Casa de Santa Marta. Foto: L'Osservatore Romano

Vaticano, 31 Out. 17 / 08:45 am (ACI).- Durante a Missa celebrada na Casa Santa Marta, no Vaticano, o Papa Francisco pediu à Igreja a coragem para fazer crescer o Reino de Deus, usar a esperança, mesmo que pareça pequena, para plantar a semente do Espírito Santo.

“A esperança que nos leva à plenitude – explicou –, a esperança de sair desta prisão, desta limitação, desta escravidão, desta corrupção e chegar à glória: um caminho de esperança. E a esperança é um dom do Espírito. É propriamente o Espírito Santo que está dentro de nós e leva a isso: a algo grandioso, a uma libertação, a uma grande glória. E para isso, Jesus diz: ‘Dentro da semente de mostarda, daquele grão pequenininho, há uma força que desencadeia um crescimento inimaginável’”.

Essa força “é o Espírito Santo que habita em nós e nos dá esperança”. Francisco explicou que essa força interior, essa esperança “cresce a partir de dentro, não por proselitismo, mas através do Espírito Santo”.

Neste sentido, o Santo Padre encorajou os membros da Igreja a deixar que essa semente cresça com a força do Espírito, pois “muitas vezes nós vemos que se prefere uma pastoral de manutenção e não deixar que o Reino cresça. Para que o Reino cresça é preciso coragem: de lançar o grão, de misturar o fermento”.


O Pontífice encorajou a não ter medo de sujar as mãos ao plantar a semente do Reino de Deus. “Ai daqueles que pregam o Reino de Deus com a ilusão de não sujar as mãos. Estes são guardiões de museus: preferem as coisas belas, e não este gesto de lançar para que a força se desencadeie, de misturar para que a força faça crescer”.

Esta é a mensagem de Paulo na carta aos Romanos. “Esta tensão que vai da escravidão do pecado, para ser simples, à plenitude da glória. E a esperança é aquela que vai avante, a esperança não desilude: porque a esperança é muito pequena, a esperança é tão pequena quanto o grão e o fermento a ajuda a crescer”.

“A esperança é a virtude mais humilde”, explicou o Papa e concluiu insistindo que é necessária a coragem “que leva em frente o Reino de Deus”.

Evangelho comentado pelo Papa Francisco:

Lc 13, 18-21

Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.

Fonte ACI Digital

DIA DE FINADOS



No dia 2 de novembro de 2017 a Igreja Católica celebra aCOMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS,quando recordamos com saudades a memória de nossos mortos. Visitamos respeitosamente nos cemitérios, os túmulos de nossos parentes e amigos já falecidos. O encontro da cultura cristã com a cultura celta deu origem à comemoração do Dia de Finados. Os celtas – povos que habitavam a região da atual Irlanda – tinham no seu calendário a festa conhecida como “Samhain”. Nesse dia os celtas acreditavam que os dois mundos – o dos vivos e dos mortos – ficavam muito próximos e eles celebravam essa comunhão. Desde o século l, os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram.
No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, aqueles aos quais ninguém rezava e do qual ninguém lembrava. O abade do Mosteiro de Cluny, Santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. E os papas Silvestre ll (996) e João XVll (1012) convidaram a comunidade cristã a dedicar um dia cada ano aos mortos. No século Xl, o calendário litúrgico cristão incorporou o Dia de Finados, que deveria cair no dia 2 de novembro para não se sobrepor ao Dia de Todos os Santos, comemorado no dia 1º naquela época. Este ano a Festa de Todos os Santos será celebrada no domingo dia 5 de novembro.
Nossa sociedade de consumo e tecnologicamente avançada faz tudo para que se esqueça da morte. Frequentemente um amigo morto já é sepultado antes que as notícias de seu falecimento cheguem a nós. Para muitos, participar na Missa de 7º. Dia é uma mera formalidade social sem qualquer significado religioso. A morte não é o simples fato biológico da cessação do nosso existir. É o ponto culminante do viver e vem coroar as boas opções que fizemos durante a vida. Neste dia os fiéis católicos têm o secular e piedoso costume de rezar pelas almas que ainda podem estar num estado de purificação antes de gozar da Visão de Deus. Em nossos dias, em certos ambientes católicos se propagam dúvidas com relação à católica devoção pelas “almas no estado de purificação”. Obviamente nossa atitude neste assunto não pode e nem deve ser determinada pelo parecer do último livro de um teólogo. Em nossa vida cristã somos orientados por uma instância superior.
No caso, esta autoridade é o próprio Concílio Vaticano ll. Na Constituição Dogmática “Lumen Gentium” (cf. Nos. 49-50) recorda o Concílio que a Igreja sempre venerou com grande piedade a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios por eles; cito o texto bíblico de 2 Mac 12, 46: “É um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam livres de seus pecados”. Depois, no No. 51, o mesmo Concílio Vaticano II torna a referir-se à nossa “comunhão vital com os irmãos que ainda se purificam depois da morte”, e decide propor de novo os decretos dos Concílios de Florença e de Trento acerca desta doutrina.
É importante lembrar que depois da morte não há mais tempo nem espaço, e falar sobre a “duração” deste estado de purificação não faz sentido. Não há nenhuma doutrina da Igreja sobre isso. Nada se diz a cerca da topografia do além.  Nada nos ensinado com relação ao tipo de purificação dispensada depois da morte. Portanto, precisamos tomar muito cuidado com os exageros nas fantasias populares. O estado de purificação possível nada tem a ver com as imagens medievais de um lugar de castigo e de penas.  O Catecismo da Igreja Católica ensino: “Aqueles que morrem na graça e amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenha garantida a sua salvação eterna, passam, após a morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu” (No. 1.030).  Para o católico, então, o Dia de Finados não é um dia de tristeza ou lamúrias, mas é um dia de saudosa recordação, confortada pela fé que nos garante que nosso relacionamento com os finados não está interrompido pela morte, mas é sempre vivo e atuante pela oração do sufrágio.
O Catecismo da Igreja Católica afirma: “A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo e da graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir o seu destino último” (CIC, 1013). Quando tiver terminado “o único curso de nossa vida terrestre” (L.G. No. 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. A Bíblia afirma: “Os homens devem morrer uma só vez” (cf. Hb 9, 27). Portanto, para os católicos não existe “reencarnação” depois da morte. Somos salvos pelos méritos de Cristo e não pelos nossos próprios méritos. Sem dúvida, a visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja que reza: “Senhor, para os que crêem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.  O Dia de Finados deve ser para nós vivos, um eficaz ensejo para refletirmos sobre o sentido e a brevidade da vida presente.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

A CIDADE DO CÉU



Padre Geovane Saraiva*
Somos convidados, à luz da esperança cristã, a pensar na transitoriedade da vida, a partir do Dia de Finados, como um dia muito especial a envolver a todos, na saudosa lembrança, fixando na mente e no coração nossos irmãos, amigos e familiares já falecidos. A vida é dom e graça de Deus, como sempre costumo repetir. Nós, que “não temos aqui na terra cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que há de vir” (cf. Hb 13, 14), valorizando a vida como um dom que de Deus recebemos? Olhamos para a vida, tendo em vista a realidade inevitável da morte? Que a feliz eternidade, sonho de todos os seguidores de Jesus de Nazaré, seja um esforço de constante fidelidade ao projeto de Deus Pai ao longo da nossa existência.
Como é indispensável, nesse contexto, pensar na caridade fraterna e no amor para o qual somos destinados: o de amar como Deus amou, amando-o em primeiro lugar e reservando-lhe momentos de oração e intimidade, no louvor, na súplica e no agradecimento, pelo dom maravilhoso da vida! É a palavra de Deus mesmo que nos convida ao amor verdadeiro, com todas as nossas forças, conscientes de que fomos criados para a eternidade e que na acesa chama da esperança nada de desânimo nem decepção. Resta nos convencermos da realidade da morte como nossa amiga, irmã e companheira inseparável, na esperança de contemplar Deus face a face no céu e saborear sua afável e terna misericórdia, na certeza que nossa prece suba aos céus pelos nossos irmãos falecidos.
Como é maravilhoso aprender de Santo Agostinho, na beleza de sua obra “A cidade de Deus”, colocando-nos diante da vida humana como um mistério de amor, segundo o projeto de Deus, quando “dois amores estabeleceram duas cidades, a saber: o amor próprio, levado ao desprezo a Deus, a terrena; e o amor a Deus, levado ao desprezo de si próprio, a celestial”! Mesmo sendo enormes a saudade e a dor pela partida dos nossos entes queridos, que nossa humilde e confiante oração seja a de jamais perder de vista a esperança, na certeza da promessa da imortalidade, conforto e consolo garantido. Amém!
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – geovanesaraiva@gmail.com

CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA HOMENAGEIA A CÁRITAS ARQUIDIOCESANA




A Câmara Municipal de Fortaleza, atendendo requerimento da vereadora Eliana Gomes (PCdoB), irá homenagear os 50 anos da Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza. A atividade acontece hoje,  31 de outubro, às 14 horas.
Nacionalmente, a Cáritas é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Está organizada em uma rede com 183 entidades-membros, 12 regionais. A entidade de Fortaleza integra a rede de atuação que atua em 450 municípios brasileiros. Já internacionalmente, a rede do Brasil é uma das 164 organizações-membros da Cáritas Internacional presentes no mundo.
A instituição eclesiástica atua junto às pessoas mais empobrecidas. Em Fortaleza, a organização trabalha no acompanhamento organizacional que realiza com os/as catadores/as de materiais recicláveis, com os/as empreendedores/as da Economia Popular Solidária, no acompanhamento de comunidades em busca da garantia de políticas públicas e no acompanhamento de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade.
Recentemente a Cáritas da Capital está iniciando um trabalho para formação de Cáritas Paroquiais, no sentido de fazer com que a Paróquia seja uma irradiadora da caridade que organiza e transforma comunidades, promovendo um zelo pela questão social. Os agentes da instituição, na maioria, são voluntários e parceiros.
“Tenho orgulho de integrar essa bela entidade, que é um espaço de construção de lutas emancipatórias, a partir de processos coletivos, organizativos, que promovem o protagonismo das comunidades, do nosso povo, bem como fortalece redes de articulação, fórum e ações de incidência política que têm como meta a inclusão, a cidadania e a transformação social”, destaca a vereadora propositora da homenagem.

Serviço:
Sessão Solene de 50 anos da Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza
Hoje, terça-feira, 31 de outubro, às 14 horas
Local: Câmara Municipal de Fortaleza (Rua Dr. Thompson Bulcão, 830 - Patriolino Ribeiro)

Outras informações:
Rafael Mesquita (85) 98867.5620 – Assessor de Comunicação

EVANGELHO DO DIA

Lucas 13,18-21

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
— Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE



31/10/ 2017 - 3ª-feira da 30ª Semana do Tempo Comum -

Romanos 8,18-25 = "vivemos como filhos e filhas que desejam encontrar-se com o Pai "

 São Paulo nos dá um entendimento da esperança que devemos ter na glória futura a qual se manifestar-se-á em nós, e nos garante que os nossos sofrimentos de hoje não têm comparação com a plenitude que viveremos no tempo vindouro. Por isso, se cremos na Palavra do Senhor, nunca poderemos ficar tristes por causa das aflições e das tribulações pelas quais passamos. Assim, ele nos afirma: "Os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. O pecado dos nossos primeiros pais barrou a harmonia que mantínhamos conosco mesmo, com Deus e com os nossos irmãos e irmãs. Por isso, até mesmo a natureza se rebela contra nós por causa das nossas transgressões. Por isso, São Paulo também nos revela: "toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus", isto é, a hora em que os homens, assumindo a salvação de Jesus serão libertados do pecado e irão agir como verdadeiros filhos de Deus. Por outro lado, há em nós também, um anseio interior muito forte que nos faz esperar pelo dia em que nos sentiremos definitivamente livres (as) da escravidão da corrupção e assim possamos desfrutar da glória futura. A natureza e toda a criação "geme como que em dores de parto" esperando pelo dia em que haverá harmonia entre ela, Deus e os homens. Pela fé, nós já estamos salvos (as), mas enquanto isso, a esperança nos faz estar firmes e perseverantes aguardando o grande dia em que nos reuniremos aos santos e aos anjos para celebrarmos juntos a glória do Senhor. Às vezes ficamos tristes quando falamos em ir embora aqui da terra, porém, esse é o nosso destino, e um dia, não perguntaremos mais nada, todas as nossas dúvidas serão tiradas. Enquanto isso, nós precisamos seguir vivendo o nosso dia a dia na perspectiva de filhos e filhas que desejam encontrar-se com o Pai. - Você também espera por esse dia com confiança? - Como você imagina ser a glória vivida no céu? - Você sabia que todas as intempéries que acontecem são por causa do pecado do homem? - Você já está aprendendo a acolher o sofrimento com esperança de vida nova?

Salmo - Sl 125 (126),1-2ab.2cd-3. 4-5. 6 (R. 3a)

R. Maravilhas fez conosco o Senhor!

É quando estamos passando por provação e sofrimento que percebemos as maravilhas que o Senhor faz conosco. Muitas vezes choramos de tristeza por alguma situação difícil e angustiante, mas confiamos em que o Senhor pode mudar a nossa sorte e intervir na hora certa. E assim acontece: "chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!" Quando plantamos a semente no sofrimento colhemos os frutos na alegria. Por isso, nunca poderemos desanimar porque o Senhor fez maravilhas conosco.

Evangelho - Lucas 13,18-21 - “Deus não economiza o Seu amor! ”

A manifestação do reino de Deus em nós acontece na medida da nossa dependência ao Seu Amor. Quando deixamos que a semente do amor de Deus caia no jardim do nosso coração, paulatinamente vamos percebendo a mudança e transformação das nossas atitudes a partir da nossa maneira de pensar. Por isso, Jesus compara o reino de Deus com a semente de mostarda que é um pequeno grão, mas, quando semeado tem a capacidade de crescer, transformar-se,expandir-se se tornando uma grande árvore. Na medida em que nós percebemos esse amor e nos entregamos a ele, cresce em nós, também, o entendimento das coisas que o Senhor preparou para vivermos segundo a Sua vontade. É o reino de Deus que aos poucos se instaura na nossa vida mudando a nossa mentalidade e nos fazendo ter Jesus com Rei e Senhor. Desse modo os nossos pensamentos, sentimentos e ações vão se transformando nos pensamentos de Deus e Ele vai tomando conta de nós, nos dando conhecimento dos Seus planos, a Sua Palavra vai direcionando a nossa vida e nos tornando capazes de viver conformes ao Evangelho. O Amor de Deus, então, se vai tornando grandioso a ponto de extravasar e abrigar a todos os que dele são carentes. É como acontece também com o fermento que aos poucos faz aumentar a massa até que tudo fique levedado sem que se perceba. O coração que estiver aberto e disponível é terreno fértil para que o reino de Deus possa ocorrer. Deus não economiza o Seu amor! Jesus Cristo veio ao mundo para implantar entre nós o Seu reino de amor, assim sendo, vivemos o reino de Deus desde já, quando praticamos o Seu amor no dia a dia da nossa vida, nas nossas atitudes de acolhimento, de compreensão, de perdão, de partilha. Deus é Amor e, se somos Seus filhos (as), com certeza o amor mora em nós. – Você tem consciência de que a semente do amor de Deus foi plantada no terreno do seu coração? – Você tem usufruído dessa bênção? – Você tem usado o amor de Deus para também amar as pessoas da sua vida? – Você se sente amado (a) pelas pessoas com o amor que vem de Deus?

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

SANTO DO DIA - SANTO AFONSO RODRIGUES


Natural de Segóvia na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de 1532. Pertencente a uma família cristã, teve que interromper seus estudos no primário, pois com a morte do pai, assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares que amou tanto quanto os dois filhos, infelizmente todos, com o tempo, faleceram.
Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e dirigido por um sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso e assim, assumiu grandes dificuldades como a limitação dos estudos. Vencendo tudo em Deus, Afonso foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão e depois do noviciado foi enviado para o colégio de formação. No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro e a todos prestava vários serviços, e dentre as virtudes heróicas que conquistou na graça e querendo ser firme na fé, foi a obediência sua prova de verdadeira humildade.
Santo Afonso sabia ser simples, pois aceitava com amor toda ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus. Tinha como regra: “Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina”. Este santo encantador, com sua espiritualidade ajudou a muitos, principalmente São Pedro Claver quanto ao futuro apostolado na Colômbia.
Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues, sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 1617.
Santo Afonso Rodrigues, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

EVANGELHO DO DIA


Lucas 13,10-17

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.Glória a vós, Senhor. Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus.14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”.15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.— Palavra da Salvação.

REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS DE HOJE



30 de Outubro de 2017 - 2ª-feira da 30ª Semana do Tempo Comum 

- 1ª Leitura - Romanos 8,12-17 - “Somos filhos, portanto, somos herdeiros " 

Viver segundo a carne é caminhar na vida de acordo com a nossa mentalidade humana, sendo guia de nós mesmos (as), sem nos importarmos com o desígnio de Deus para nós. Nesse caso, fatalmente, caminhamos em busca da morte da nossa alma, a qual fica entregue às sugestões dos nossos sentimentos, das nossas frustrações, das nossas revoltas, enfim, do pecado que tenta nos dominar. Do contrário, São Paulo nos alerta e nos garante: "todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus!" O Espírito que recebemos no nosso Batismo é o Espírito de Deus, portanto um espírito de filhos adotados por Jesus Cristo por Sua Morte e Ressurreição. Assim sendo, não podemos nos conformar com a vida medíocre que o mundo nos propõe, seguindo sem rumo, em busca de tudo que não nos leva a nada, mas precisamos unir o nosso espírito ao Espírito Santo que nos motiva a chamar Deus de Pai - "Abá - Ó Pai, papaizinho". Somos filhos, portanto somos herdeiros de Deus juntamente com Cristo. Se sofrermos com Cristo, também seremos glorificados com Ele. Para viver ou para morrer, o Espírito Santo é quem nos conduz e nos suscita a fazer a vontade do Pai, seguindo Jesus Cristo e assumindo a nova vida de filhos de Deus, herdeiros das Suas promessas. - Você vê algum sentido na vida das pessoas que não se deixam conduzir pelo Espírito? - E você, tem a sua vida conduzida pelo Espírito Santo? - Você tem intimidade com o Pai? Como é o seu diálogo com Ele? - Você sabia que Jesus pagou com a vida a sua condição de filho (a) de Deus? - Você está disposto (a) a viver ou morrer por Cristo?

Salmo - Sl 67 (68),2.4. 6-7ab. 20-21 (R. 21a)
R. Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador!

Só o Senhor, nos poderá livrar da morte, diz o salmista. Som, somente Ele tem o poder de nos tirar do fundo da nossa miséria, do pecado em que nós fomos inseridos. Jesus Cristo carregou os nossos fardos, isto é, a culpa que pesava sobre nós e nos deu a dignidade de filhos e filhas de Deus. Portanto, não somos mais órfãos nem órfãs, não somos mais deserdados (as), temos um lar, temos fartura em alimento. Bendito seja Deus que nos salva, que é um Deus libertador. Alegremo-nos na sua presença.

Evangelho - Lucas 13,10-17 - "Somos homens e mulheres encurvados “

Jesus libertou uma mulher que estava encurvada há dezoito anos, isto é, um tempo determinado da sua vida. Para nós, isso poderá significar o tempo em que passamos entregues às nossas próprias sugestões, vivendo conforme a vontade da nossa humanidade, entregues ao espírito do mundo, que nos encurva e nos submete às suas mazelas e misérias. Consequentemente, nos tornamos pessoas infelizes, doentes, incapazes de caminhar livremente, com o olhar voltado somente para baixo, para nós mesmos (as), para nossos interesses. Enquanto não formos curados (as) por Jesus o espírito do mal nos escravizará. O tempo em que vivemos assim, não conta para Deus se nos deixarmos tocar pela força operadora de Jesus que deseja nos salvar mesmo que seja um "dia de sábado". Dia de sábado, hoje, poderá ser aquele momento em que todos acham inconveniente se falar de Deus, mesmo que haja muitas pessoas que precisam ouvir o que o Senhor tem a lhes falar. Ou então, aquela ocasião em que entendemos não ter nada a ver se tocar nas coisas do espírito, quando estamos tratando dos negócios, de trabalho, de estudos, enfim, de coisas "importantes" para o desenvolvimento social. Às vezes, em um aniversário ou em uma festa onde todos se divertem, há alguém precisando conhecer Jesus, ser tocado por Ele e nós respeitamos as "conveniências" e nos omitimos. Para nós também Jesus diz: "Hipócritas!" Sim, somos hipócritas porque não temos coragem de anunciar Jesus por onde andamos, temos respeito humano e não queremos nos expor, por orgulho. Somos homens e mulheres encurvados (as) que precisamos de salvação, cura e libertação. Portanto, peçamos a Deus a graça de sermos curados (as) para amar e servir a Deus em qualquer dia, a qualquer hora e em qualquer lugar, mesmo que seja dia de sábado. - Você escolhe hora e lugar adequados para falar de Jesus? - Você se envergonha de falar das coisas de Deus nos ambientes do mundo? - Você também se sente um homem ou uma mulher encurvada que precisa ser tocada por Jesus? - O que lhe tem feito sentir-se encurvado (a)? A falta de perdão? O

Helena Serpa,

Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

SANTO DO DIA - SÃO FRUMÊNCIO


São Frumêncio nasceu em Liro da Fenícia. Quando menino, juntamente com o irmão Edésio, acompanhava um filósofo de nome Merópio, numa viagem em direção às Índias. A embarcação, cruzando o Mar Vermelho, foi assaltada e só foram poupados da morte os dois jovens, Frumêncio e Edésio, que foram levados escravos para Aksum (Etiópia) a serviço da Corte.
Deste mal humano, Deus tirou um bem, pois ao terem ganhado o coração do rei Ezana com a inteligência e espírito de serviço, fizeram de tudo para ganhar o coração da África para o Senhor. Os irmãos de ótima educação cristã, começaram a proteger os mercadores cristãos de passagem pela região e, com a permissão de construírem uma igrejinha, começaram a evangelizar o povo. Passados quase vinte anos, puderam voltar à pátria e visitar os parentes: Edésio foi para Liro e Frumêncio caminhou para partilhar com o Patriarca de Alexandria, Santo Atanásio, as maravilhas do Ressuscitado na Etiópia e também sobre a necessidade de sacerdotes e um Bispo. Santo Atanásio admirado com os relatos, sabiamente revestiu Frumêncio com o Poder Sacerdotal e nomeou-o Bispo sobre toda a Etiópia, isto em 350.
Quando voltou, Frumêncio foi acolhido com alegria como o “Padre portador da Paz”. Continuou a pregação do Evangelho no Poder do Espírito, ao ponto de converterem o rei Ezana, a rainha, e um grande número de indígenas, isto pelo sim dos jovens irmãos e pela perseverança de Frumêncio. Quase toda a Etiópia passou a dobrar os joelhos diante do nome que está acima de todo o nome: Jesus Cristo.
São Frumêncio, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias

domingo, 29 de outubro de 2017

PAPA FRANCISCO PEDE PROTEÇÃO ÀS VÍTIMAS DE CONFLITOS ARMADOS



Em audiência, Francisco lembrou o Protocolo de Genebra que gira em torno das vítimas das guerras

Da redação da Canção Nova Notícias, com Rádio Vaticano

Papa pede proteção às vítimas dos conflitos armados / Foto: Rádio Vaticano
Neste sábado, 28, o Papa Francisco esteve em audiência, na Sala Clementina, com 250 Participantes na III Conferência sobre o Direito Internacional Humanitário, que tem como tema: “A proteção das populações civis nos conflitos. O papel das Organizações humanitárias e da sociedade civil”.
O discurso do Pontífice girou em torno das vítimas dos conflitos armados, sobretudo na data em que se celebraram os 40 anos da adoção dos dois Protocolos adicionais às Convenções de Genebra, concernentes à “defesa das vítimas dos conflitos armados”.
A Santa Sé ratificou estes Acordos com o intuito de incentivar uma maior “humanização dos efeitos dos conflitos armados”: “Ela não deixou de apreciar, de modo particular, as disposições relativas à defesa da população civil e dos bens indispensáveis para a sobrevivência, ao respeito dos agentes civis e religiosos no campo da saúde, como também ao ambiente natural, nossa Casa comum”, disse o Papa.
O Santo Padre enalteceu as diversas tentativas de se diminuir o sofrimento dessas vítimas dos conflitos armados. Lembrou, porém, as tristes notícias de antigas cidades, com tesouros culturais milenários, destruídas; hospitais e escolas alvo de ataques devastadores, privando inteiras gerações de seu direito à vida, à saúde e à educação.
“Quantas igrejas e lugares de culto são alvo de agressões, muitas vezes até durante celebrações litúrgicas, causando numerosas vítimas entre fiéis e celebrantes, reunidos em oração, em aberta violação do direito fundamental da liberdade religiosa”.
Por fim, o Papa expressou seu apreço pelas numerosas demonstrações de solidariedade e caridade, em tempo de guerra, e disse: “Possam as Organizações humanitárias agir, em conformidade com os princípios fundamentais de humanidade, imparcialidade, neutralidade e independência. Que tais princípios, que constituem o coração do direito humanitário, sejam acolhidos e colocados em prática pelos combatentes e agentes humanitários, juntamente à assistência espiritual”.
Fonte: Canção Nova Notícias, com Rádio Vaticano

PAPA FRANCISCO: OS CRISTÃOS DÊEM NOVAMENTE ALMA À EUROPA




O Papa Francisco recebeu na tarde deste sábado (28/10) na Sala do Sínodo, no Vaticano, os participantes na Conferência “Repensar a Europa. Uma contribuição cristã ao futuro do projecto europeu”, promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE).
Apresentamos a seguir o texto integral do discurso:

“Eminências, Excelências,
Distintas autoridades,
Senhores e Senhoras,
Tenho a alegria de tomar parte neste momento conclusivo do Diálogo “(Re)thinking Europa. Uma contribuição cristã ao futuro do projecto europeu”, promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE). Saúdo particularmente o Presidente, Sua Eminência o Cardeal Reinhard Marx, como também o honorável Antonio Tajani, Presidente do Parlamento Europeu, e vos agradeço pelas deferentes palavras que pouco antes me dirigiram. A cada um de vocês desejo expressar vivo apreço por terem participado em grande número a este importante âmbito de discussão. Obrigado!
O Diálogo destes dias ofereceu a oportunidade de reflectir de modo mais amplo sobre o futuro da Europa a partir de uma multiplicidade de perspectivas, graças à presença entre vocês de diversas personalidades eclesiais, políticas, académicas ou simplesmente representantes da sociedade civil.
Os jovens puderam expressar as suas expectativas e esperanças, debatendo com os mais idosos, os quais, por sua vez, tiveram a ocasião de oferecer a sua bagagem carregada de reflexões e experiências. É significativo que este encontro tenha querido ser, antes de tudo, um diálogo no espírito de um debate livre e aberto, por meio do qual enriquecer-se reciprocamente e iluminar o caminho do futuro da Europa, ou seja, o caminho que todos juntos somos chamados a percorrer para superar as crises que atravessamos e enfrentar os desafios que nos esperam.
Falar de uma contribuição cristã ao futuro do continente significa, antes de tudo, interrogar-se sobre o nosso papel como cristãos hoje, nestas terras tão ricamente plasmadas no decorrer dos séculos pela fé. Qual é a nossa responsabilidade em um tempo em que o rosto da Europa é sempre mais marcado por uma pluralidade de culturas e de religiões, enquanto para muitos, o cristianismo é percebido como um elemento do passado, distante e estranho?
Pessoa e comunidade
No ocaso da antiga civilização, quando as glórias de Roma tornavam-se as ruínas que ainda hoje podemos admirar na cidade; quando novos povos pressionavam as fronteiras do antigo Império, um jovem fez ressoar a voz do salmista: “Quem é o homem que quer a vida e deseja ver dias felizes?”¹
Ao propor esta interrogação no Prólogo da Regra, São Bento orientou a atenção de seus conterrâneos e também a nossa sobre uma concepção do homem radicalmente diferente daquela que havia distinguido o classicismo greco-romano, e mais ainda daquela violenta que havia caracterizado as invasões bárbaras.
O homem já não é mais simplesmente um civis, um cidadão dotado de privilégios para consumar-se no ócio; já não é mais um miles, combativo servidor do poder de turno; sobretudo já não é mais um servus, mercadoria de troca privada de liberdade, destinada unicamente ao trabalho e ao desgaste.
São Bento não se preocupa da condição social, nem da riqueza, nem do poder. Ele visa a natureza comum de cada ser humano, que, qualquer que seja a sua condição, anela certamente a vida e deseja dias felizes.
Para Bento, não existem funções, existem pessoas. Não existem adjectivos, existem substantivo. É justamente este um dos valores fundamentais que o cristianismo trouxe: o sentido da pessoa, constituída à imagem de Deus. A partir de tal princípio, se construíram os mosteiros, que com ot empo se converteram em berço do renascimento humano, cultural e religioso, e também económico do continente.
A primeira, e talvez maior contribuição que os cristãos podem dar à Europa de hoje é recordar que ela não é uma colecção de números ou de instituições, mas sim que é feita de pessoas.
Infelizmente, nota-se como frequentemente qualquer debate se reduz facilmente a uma discussão de cifras. Não existem cidadãos, existem votos. Não existem os migrantes, existem as cotas. Não existem trabalhadores, existem os indicadores económicos. Não existem os pobres, existem os bolsões de pobreza.
O concreto da pessoa humana reduziu-se assim a um princípio abstracto, mais cómodo e tranquilizador. E se compreende a razão disto: as pessoas têm rostos, nos obrigam a uma responsabilidade real, concreta, “pessoal”; as cifras tem a ver com raciocínios, ainda que úteis e importantes, mas permanecem sempre sem alma. Nos oferecem um álibi para não nos comprometermos, porque nunca nos chegam a tocar a própria carne.
Reconhecer que o outro é antes de tudo uma pessoa, significa valorizar aquilo que me une a ele. O ser pessoa nos liga aos outros, nos faz ser comunidade.
Assim, a segunda contribuição que os cristãos podem dar ao futuro da Europa é a redescoberta do sentido de pertença a uma comunidade. Não por acaso os Padres fundadores do projeto europeu escolheram justamente tal palavra para identificar o novo sujeito político que ia se constituindo.
A comunidade é o maior antídoto aos individualismos que caracterizam o nosso tempo, àquela tendência difusa hoje no Ocidente a conceber-se e viver na solidão.
Se subentende o conceito de liberdade, interpretando-o como se quase fosse o dever de estar sozinhos, livres de qualquer vínculo, e como consequência, construiu-se uma sociedade desarraigada, privada de sentido de pertença e de herança. E isto para mim é grave.
Os cristãos reconhecem que a sua identidade é antes de tudo relacional. Eles estão inseridos como membros de um corpo, a Igreja (cfr 1Cor 12,12), no qual cada um com a própria identidade e peculiaridade, participa livremente à edificação comum.
Analogamente, tal relação se dá também no âmbito das relações interpessoais e da sociedade civil. Diante do outro, cada um descobre os seus méritos e defeitos; os seus pontos de força e as suas fraquezas: em outras palavras, descobre o seu rosto, compreende a sua identidade.
A família, como primeira comunidade, permanece o mais fundamental lugar de tal descoberta. Nela, a diversidade se exalta e ao mesmo tempo se recompõe na unidade. A família é a união harmónica das diferenças entre homem e a mulher, que é tanto mais verdadeira e profunda quanto mais é generativa, capaz de abrir-se à vida e aos outros.
Da mesma forma, uma comunidade civil é viva se sabe ser aberta, se sabe acolher a diversidade e os dotes de cada um e ao mesmo tempo se sabe gerar novas vidas, como também desenvolvimento, trabalho, inovação e cultura.
Pessoa e comunidade são portanto, os fundamentos da Europa que como cristãos queremos e podemos contribuir para construir. Os tijolos de tal edifício se chamam: diálogo, inclusão, solidariedade, desenvolvimento e paz.
Um lugar de diálogo
Hoje toda a Europa, do Atlântico aos Urais, do Pólo Norte ao Mar Mediterrâneo, não pode permitir-se de perder a oportunidade de ser, antes de tudo, um lugar de diálogo, sincero e construtivo ao mesmo tempo, em que todos os protagonistas têm mesma dignidade.
Somos chamados a construir uma Europa na qual podemos nos encontrar e confrontar em todos os níveis, assim como o era em um certo sentido a antiga ágora. Tal era, de fato, a praça da polis. Não somente espaço de troca económica, mas também coração nevrálgico da política, sede em que se elaboravam as leis para o bem-estar de todos; lugar para o qual se assomava o templo, de forma que à dimensão horizontal da vida cotidiana não faltasse nunca o respiro transcendente que faz olhar para além do efémero, do passageiro, do provisório.
Tudo isto nos impele a considerar o papel positivo e construtivo que no geral a religião possui na edificação da sociedade. Penso, por exemplo, na contribuição do diálogo inter-religioso no favorecer o conhecimento recíproco entre cristãos e muçulmanos na Europa.
Infelizmente, um certo preconceito laicista, ainda em voga, não é capaz de perceber o valor positivo para a sociedade do papel público e objectivo da religião, preferindo restringi-la a uma esfera meramente privada e sentimental.
Instaura-se assim também o predomínio de um certo pensamento único², tão difuso nos foros internacionais, que vê na afirmação de uma identidade religiosa um perigo para si e para a própria hegemonia, acabando assim por favorecer uma falsa contraposição entre o direito à liberdade religiosa e outros direitos fundamentais. Existe um divórcio entre eles.
Favorecer o diálogo – qualquer diálogo – é uma responsabilidade fundamental da política, e, infelizmente, se percebe muito frequentemente como ela se transforma antes em um lugar de choque entre forças opostas. As vozes do diálogo são substituídas pelos gritos das reivindicações.
De vários lugares se tem a sensação que o bem comum não é mais o objectivo primário perseguido e tal desinteresse é percebido por muitos cidadãos.
Encontram assim terreno fértil em muitos países as formações extremistas e populistas que fazem do protesto o coração de sua mensagem política, sem todavia oferecer a alternativa de um construtivo projecto político.
O diálogo é substituído ou por uma contraposição estéril – que pode também colocar em perigo a convivência civil - ou uma hegemonia do poder político que aprisiona e impede uma verdadeira vida democrática. Em um caso, são destruídas as pontes e no outro, se constroem muros. E hoje a Europa conhece ambos.
Os cristãos são chamados a favorecer o diálogo político, especialmente onde este é ameaçado e parece prevalecer o conflito.
Os cristãs são chamados a dar nova dignidade à política, entendida como máximo serviço ao bem comum e não como um ocupação de poder. Isto requer também uma adequada formação, porque a política não é “a arte da improvisação”, mas sim uma expressão elevada de abnegação e dedicação pessoal em vantagem da comunidade. Ser líder exige estudo, preparação e experiência.
Um âmbito inclusivo
A responsabilidade comum dos líderes é a de favorecer uma Europa que seja uma comunidade inclusiva, livre de um equívoco de fundo: inclusão não é sinónimo de uniformização indiferenciada. Pelo contrário, se é autenticamente inclusivos quando se sabe valorizar as diferenças, assumindo-as como património comum e enriquecedor.
Nesta perspectiva, os migrantes são um recurso mais do que um peso. Os cristãos são chamados a meditar seriamente a afirmação de Jesus: “Era estrangeiro e me acolheste” (Mt 25,35).
Sobretudo diante do drama dos refugiados e deslocados, não se pode esquecer o fato de se estar diante de pessoas, as quais não podem ser escolhidas ou descartadas ao bel prazer, segundo lógicas políticas, económicas ou até mesmo religiosas.
Todavia, isto não está em contraste com o dever de toda autoridade de governo de gerir a questão migratória “com a virtude que é própria do governante, isto é, a prudência”³, que deve levar em consideração tanto a necessidade de ter um coração aberto, como a possibilidade de integrar plenamente em nível social, económico e político, aqueles que chegam ao país.
Não se pode pensar que o fenómeno migratório seja um processo indiscriminado e sem regras, mas não se podem erguer tampouco muros de indiferença ou de medo.
Por sua vez, os próprios migrantes não devem esquecer o compromisso importante de conhecer, respeitar e também assimilar a cultura e as tradições da nação que os acolhe.
Um espaço de solidariedade
Trabalhar por uma comunidade inclusiva significa edificar um espaço de solidariedade. Ser comunidade implica, de fato, que nos apoiemos reciprocamente e assim, que não sejam somente alguns a poder carregar pesos e realizar sacrifícios extraordinários, enquanto outros permanecem petrificados na defesa de posições privilegiadas.
Uma União Europeia que, ao enfrentar as suas crises, não redescobre o sentido de ser um única comunidade que se sustenta e se ajuda – e não um conjunto de pequenos grupos de interesse – perderia não somente um dos desafios mais importantes da sua história, mas também uma das grandes oportunidades para o seu futuro.
A solidariedade, aquela palavra que tantas vezes parece que se quer tirar do dicionário. A solidariedade, que na perspectiva cristã encontra a sua razão de ser no preceito do amor (cfr Mt 22,37-40), não pode que ser a seiva vital de uma comunidade viva e madura.
Junto a um outro princípio base da subsidiariedade, esta diz respeito não somente às relações entre os Estados e as Regiões da Europa.
Ser uma comunidade solidária significa ter cuidado pelos mais fracos da sociedade, pelos pobres, por aqueles que são descartados pelos sistemas económicos e sociais, a começar pelos idosos e pelos desempregados. Mas a solidariedade exige também que se recupere a colaboração e o apoio recíproco entre as gerações.
A partir dos anos sessenta do século passado está em andamento um conflito de gerações sem precedentes. Ao entregar às novas gerações os ideais que fizeram grande a Europa, se pode dizer hiperbolicamente que preferiu-se a traição à tradição. À rejeição daquilo que vinha dos pais, se seguiu um tempo de uma dramática esterilidade. Não somente porque na Europa se fazem poucos filhos - o nosso inverno demográfico - e muitos são aqueles que foram privados do direito de nascer - mas também porque nos descobrimos incapazes de entregar aos jovens os instrumentos materiais e culturais para enfrentar o futuro.
A Europa vive uma espécie de déficit de memória. Voltar a ser comunidade solidária significa redescobrir o valor do próprio passado, para enriquecer o próprio presente e entregar à posteridade um futuro de esperança.
Tantos jovens se encontram, pelo contrário, perdidos diante da ausência de raízes e de perspectivas, são desarraigados, "ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina" (Ef 4,14); às vezes também “prisioneiros” de adultos possessivos, que sofrem em cumprir a tarefa que lhes corresponde.
É importante a tarefa de educar, não somente oferecendo um conjunto de conhecimentos técnicos e científicos, mas sobretudo trabalhando “para promover a perfeição integral da pessoa humana, como também para o bem da sociedade terrena e para a edificação de um mundo mais humano”(4). Isto exige o envolvimento de toda a sociedade. A educação é uma tarefa comum, que requer a ativa participação ao mesmo tempo dos pais, da escola e das universidades, das instituições religiosas e da sociedade civil. Sem educação, não se gera cultura e se torna árido o tecido vital das comunidades.
Uma fonte de desenvolvimento
A Europa que se redescobre comunidade, será certamente uma fonte de desenvolvimento para si e para todo o mundo. Desenvolvimento tem que ser entendido na acepção que o Beato Paulo VI deu a tal palavra. “Para ser autêntico desenvolvimento deve se integral, o que quer dizer voltado à promoção de cada homem e de todo o homem. Como foi justamente sublinhado por um eminente especialista: “nós não aceitamos separar o económico do humano, o desenvolvimento da civilização onde se insere. Aquilo que conta para nós é o homem, cada homem, cada grupo de homens, até chegar a compreender toda a humanidade” (5).
Certamente, ao desenvolvimento do homem contribui o trabalho, que é um factor essencial para a dignidade e o amadurecimento da pessoa. É preciso trabalho e são necessárias condições adequadas ao trabalho.
No século passado não faltaram exemplos eloquentes de empreendedores cristãos que compreenderam como o sucesso de suas iniciativas dependia antes de tudo da possibilidade de oferecer oportunidades de emprego e condições dignas de ocupação.
É preciso partir novamente do espírito daquelas iniciativas, que são também o melhor antídoto aos desequilíbrios provocados por uma globalização sem alma, uma globalização "esférica", que mais atenta ao lucro do que às pessoas, criou grande quantidade de bolsões de pobreza, desemprego, exploração e de mal-estar social.
Seria oportuno também redescobrir a necessidade de uma concretude do trabalho, sobretudo para os jovens. Hoje muitos tendem a rejeitar trabalhos em sectores cruciais em outros tempos, porque considerados cansativos e mal remunerados, esquecendo o quanto eles sejam indispensáveis para o desenvolvimento humano.
O que seria de nós, sem o empenho de pessoas que com o trabalho contribuem para a nossa alimentação cotidiana? O que seria de nós sem o trabalho paciente e engenhoso de quem tece as roupas que vestimos ou constrói as casas em que vivemos?
Muitas profissões hoje consideradas secundárias são fundamentais. O são do ponto de vista social, mas sobretudo o são para a satisfação que os trabalhadores recebem em poder serem úteis para si e para os outros por meio de seu esforço cotidiano.
Também corresponde aos governos criar as condições económicas que favoreçam um são empreendedorismo e níveis adequados de emprego. À política compete, especialmente, reativar um círculo virtuoso que, a partir de investimentos em favor da família e da educação, permita o desenvolvimento harmonioso e pacífico de toda a comunidade civil.
Uma promessa de paz
Por fim, o compromisso dos cristãos na Europa deve constituir uma promessa de paz. Foi este o pensamento principal que animou aqueles que assinaram os Tratados de Roma. Após duas Guerras Mundiais e violências atrozes de povos contra povos, era chegado o tempo de afirmar o direito à paz. (6). É um direito. Ainda hoje, porém, vemos como a paz é um bem frágil e as lógicas particulares e nacionais correm o risco de frustrar os sonhos corajosos dos fundadores da Europa (7).
Todavia, ser artífices de paz (cfr Mt 5,9) não significa somente trabalhar para evitar as tensões internas, trabalhar para colocar fim a numerosos conflitos que ensanguentam o mundo ou levar alívio a quem sofre.
Ser agentes de paz significa fazer-se promotor de uma cultura da paz. Isto exige amor à verdade, sem a qual não podem existir relações humanas autênticas, e busca da justiça, sem a qual o abuso é a norma imperante de qualquer comunidade.
A paz exige pura criatividade. A União Europeia manterá fidelidade ao compromisso de paz na medida em que não perder a esperança e saberá renovar-se para responder à necessidade e às expectativas dos próprios cidadãos.
Há cem anos, justamente nestes dias iniciava a batalha de Caporetto, uma das mais dramáticas da Grande Guerra. Ela foi o ápice de uma guerra de deterioração, como foi o primeiro conflito mundial, que teve o triste primado de causar inumeráveis vítimas diante de conquistas irrisórias.
Daquele evento aprendemos que quem se entrincheira dentro das próprias posições, acaba por sucumbir. Não é este, portanto, o tempo de construir trincheiras, mas sim ter a coragem de perseguir com determinação o sonho dos Pais fundadores de uma Europa unidade e concorde, comunidade de povos desejosos de compartilhar um destino de desenvolvimento e de paz.
Ser alma da Europa
Eminências, Excelências, Ilustres hóspedes,
O autor da Carta a Diogneto afirma que “como é a alma no corpo, assim no mundo são os cristãos” (8). Neste tempo, eles são chamados a dar novamente alma à Europa, a despertar a consciência, não para ocupar espaços - isto seria proselitismo - mas para animar processos que gerem novos dinamismos na sociedade.
Foi justamente o que fez São Bento, não por acaso proclamado por Paulo VI Patrono da Europa: ele não se deteve em ocupar os espaços de um mundo perdido e confuso. Sustentado pela sua fé, ele olhou além e de uma pequena gruta em Subiaco deu vida a um movimento corajoso e irreversível que redesenhou o rosto da Europa.
Ele, que foi “mensageiro de paz, realizador de união, mestre de civilização” (10) mostre também a nós cristãos de hoje como da fé brota sempre uma esperança alegre, capaz de mudar o mundo. Obrigado!
Que o Senhor abençoe a todos nós, abençoe o nosso trabalho, abençoe os nossos povos, as nossas famílias, os nossos jovens, os nossos idosos, abençoe a Europa.
Vos abençoe o Deus Todo-Poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
Muito obrigado, Onrigado!"
(Tradução livre do Programa Brasileiro)
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1 Benedetto, Regola, Prologo, 14. Cfr Sal 33,13.
2 La dittatura del pensiero unico. Meditazione mattutina nella Cappella della Domus Sanctæ Marthæ, 10 aprile 2014.
3 Conferenza stampa durante il volo di ritorno dalla Colombia, 10 settembre 2017.
4 Concilio Ecumenico Vaticano II, Dich. Gravissimum educationis, 28 ottobre 1965, 3.
5 Paolo VI, Lett. enc. Popolorum progressio, 26 marzo 1967, 14.
6 Cfr Discorso agli studenti e al mondo accademico, Bologna, 1° ottobre 2017, n. 3.
7 Cfr ibid.
8 Lettera a Diogneto, VI.
9 Cfr Esort. ap. Evangelii gaudium, 223.
10 Paolo VI, Lett. ap. Pacis Nuntius, 24 ottobre 1964.

(from Vatican Radio)
Fonte: Rádio Vaticano