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Pixabay (Domínio Público)
BUENOS AIRES, 16 Dez. 17 / 09:00 am (ACI).- Ante a decisão da
Corte Suprema de Justiça da Argentina que declarou inconstitucional o ensino
religioso nas escolas públicas de Salta, o Arcebispo local, Dom Mario
Cargnello, encorajou os católicos a “trabalharem mais” para tornar esta matéria
“pedagogicamente mais atrativa”.
Em 12 de dezembro, o tribunal máximo
declarou inconstitucional a Lei Provincial da Educação que consulta os pais a
respeito da participação dos seus filhos nas aulas de religião; integra o
ensino desta matéria aos planos de estudo e durante o horário das aulas; e
assinala que os conteúdos e a qualificação pedagógica exigem o aval da
respectiva autoridade religiosa.
A sentença propõe remover o ensino
religioso do currículo e do horário escolar.
No dia seguinte a esta decisão, o
Arcebispo de Salta participou de uma coletiva de imprensa e disse que “a Igreja respeita a lei
e as instituições” e “a religião não é um elemento de divisão”.
Por isso, lamentou que no debate não
tivessem convencido “acerca do valor humanizador do ensino religioso dentro de
um processo educacional, que pode ser um serviço à qualidade humana dos
cidadãos, em qualquer lugar”.
Nesse sentido, disse que “o desafio é
trabalhar mais” para que os professores deem testemunho da “sua qualidade
profissional e por sua atitude em todas as escolas”.
“Eles terão que preparar-se com mais
esmero do que agora, para que a aula de religião seja verdadeiramente de
qualidade e saiba ser pedagogicamente atraente, a fim de que os alunos desejem
ir à sua aula de religião. É um desafio maior” insistiu.
“Nós, como Igreja, devemos trabalhar
mais para que as paróquias e instituições próprias da Igreja, movimentos,
organismos de serviço, sejamos um espaço onde nos formemos na nossa fé”,
assinalou.
O Arcebispo de Salta agradeceu em
nome da Igreja aos profissionais e políticos “que estão por trás de tudo isso,
trabalhando, pensando, escrevendo, debatendo”, que “trabalharam com muito
esforço, dedicação e generosidade”.
O debate começou em 2008, quando um
grupo de famílias de Salta, junto com a Associação dos Direitos Civis, de
Buenos Aires, apresentou um recurso de amparo para que a religião deixe de ser
uma disciplina nas escolas públicas.
De acordo com os requerentes,
discriminava-se as crianças pertencentes a outros credos e deixava-se de
exercer a liberdade de pensamento que está na Constituição argentina.
Esta denúncia não foi acolhida pelo
governo de Salta, argumentando que a Constituição garante a independência para
tomar decisões educacionais e que, como autoridade local, tem autonomia nesse
tipo de decisões.
Entretanto, em março de 2017, um
ditame outorgou a razão aos demandantes e recomentou à Corte Suprema de Justiça
revogar a sentença do governo de Salta.
Fonte ACI Digital
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